Notícia

Clone de cajueiro anão produz bem mesmo durante seca prolongada

Produtivo, rústico e resistente à seca, o clone de cajueiro anão Embrapa 51 é a variedade predileta dos produtores de Severiano Melo (RN), cidade da chapada do Apodi, conhecida como terra do caju

Ricardo Moura, divulgação

Fonte

Embrapa | Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Data

quarta-feira, 28 fevereiro 2018 15:30

Áreas

Agricultura. Agronegócio. Ciências Agrárias

Produtivo, rústico e resistente à seca, o clone de cajueiro anão Embrapa 51 é a variedade predileta dos produtores de Severiano Melo (RN), cidade da chapada do Apodi, conhecida como terra do caju. O clone apresentou uma produtividade média de cerca de mil quilos de castanha por hectare, em sequeiro, após uma sequência de cinco anos de seca. Em 2017, com chuvas um pouco mais generosas, alguns produtores conseguiram obter mais de 1,5 mil quilos por hectare. Essa produtividade foi alcançada em áreas implantadas há cinco anos e que recebem os tratos culturais recomendados.

“A planta se adaptou e produz muito na região. Mesmo no período muito seco dos últimos cinco anos, os produtores que cuidam bem chegam a mais de mil quilos de castanha por hectare, o que é uma coisa fantástica”, atesta o pesquisador Dr. Levi de Moura Barros, líder do Programa de Melhoramento Genético do Cajueiro, que lançou o clone no ano de 1995.  De acordo com o pesquisador, o Embrapa 51 apresenta castanha de boa qualidade e pedúnculo que atende bem aos critérios das fábricas de sucos.

Além da resistência à seca, a variedade também tolera bem uma das principais doenças que afeta a espécie, a resinose (Lasiodiplodia theobromae). Outra grande vantagem do clone é que ele produz durante oito meses do ano quase sem interrupções, enquanto as demais variedades oferecem uma safra de apenas quatro meses. Isso ocorre porque, ao contrário de outros cajueiros, ele desenvolve simultaneamente etapas diferentes de evolução dos frutos.

O engenheiro agrônomo e produtor Antônio Tertulino explica que com a produção distribuída ao longo de oito meses, é possível aproveitar também o preço da entressafra. Ele é um dos entusiastas do clone na região. Dos 200 hectares de sua propriedade, 50 são ocupados com a variedade. “Muitos produtores já plantaram, mas nós recomendamos que ocupem no máximo 50% da área, pois o melhor é ter um pouco de cada clone. Pelo menos três clones diferentes para garantir uma maior variabilidade genética no pomar”, explica.

Em 2017, a região registrou uma média pluviométrica de 600mm, o suficiente para uma boa safra.

Aproveitamento Integral

Segundo Antônio Tertulino, os cajucultores da região passaram a aproveitar melhor o pedúnculo, com a instalação de fábricas de suco na região. “Há seis anos, o principal produto aqui da região era a castanha, mas agora o pedúnculo é mais lucrativo.”

Para o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical, Dr. Marlos Bezerra, os produtores deram um passo importante ao aproveitar também o pedúnculo, mas é necessário avançar mais. “Além da castanha e do falso fruto, é importante aproveitar os resíduos, como fibras, bagaço do caju e líquido da castanha de caju. A biomassa da poda das árvores também não pode ser desperdiçada.”

Segundo o Dr Bezerra, o aproveitamento integral é a opção mais sustentável economicamente para a atividade. Para melhorar a rentabilidade, também é necessário incorporar tecnologias e profissionalizar a cadeia produtiva. Para o pesquisador, um sistema de produção voltado para o aproveitamento integral deve considerar a destinação de pelo menos 10% da produção para o mercado de fruta de mesa, que é o mais rentável. Para o aproveitamento do pedúnculo há muitas rotas possíveis. As mais difundidas são a produção de sucos, cajuína e ração. Estão em desenvolvimento na Embrapa outras tecnologias e produtos com alto valor agregado, como o suco base de caju; o hambúrguer vegetal e o concentrado de carotenoides.

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Fonte:Verônica Freire, Embrapa Agroindústria Tropical  Imagem: Ricardo Moura

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