Notícia

Cientistas aumentam produção de tilápia com suplementação de selênio

Micromineral impulsiona crescimento do peixe e quantidade do filé para comercialização

Germano Roberto Schüür, via Wikimedia Commons

Fonte

UFPB | Universidade Federal da Paraíba

Data

quinta-feira, 9 junho 2022 06:05

Áreas

Aquicultura. Biotecnologia. Engenharia de Pesca. Zootecnia

Cientistas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) conseguiram melhorar a produção da tilápia-do-Nilo com suplementação de selênio, elemento químico essencial para a maioria das formas de vida. A tilápia-do-Nilo é um peixe africano da família Cichlidae, conhecido pelos antigos egípcios já em 2000 a.C.

No estudo, o uso de apenas 0,6g do micromineral na fase pós-larvas, independente da fonte utilizada, foi capaz de aumentar a altura e a largura do peixe e, consequentemente, a quantidade de filé para comercialização.

O pós-larvas é uma das fases mais importantes e críticas para o desenvolvimento da tilápia-do-Nilo e acontece logo após a de eclosão, designação dada nas Ciências Biológicas ao momento em que as crias de determinados animais começam a se libertar do ovo ou do casulo, estando prontas para nascer.

Segundo o pesquisador João Marcos Monteiro Batista, egresso do curso de mestrado acadêmico do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, do Centro de Ciências Agrárias da UFPB, e um dos responsáveis pelo estudo, que teve como orientador o professor Dr. Leonardo Augusto Fonseca Pascoal, a larvicultura de peixes geralmente tem duração de três dias, período no qual os animais aquáticos ainda não têm boca e cavidades operculares abertas e se alimentam exclusivamente do saco vitelínico.

“É na fase pós-larvas que ocorre o crescimento dos peixes. Ela tem um período de duração de 30 dias. Depois disso, os animais entram no estágio de alevinagem, onde os filhotes já se assemelham aos adultos da espécie, atingindo tamanho e peso ideal para comercialização”, explicou o cientista.

Conforme João Batista, se um peixe não recebe uma nutrição adequada no pós-larvas, por meio de dieta com suplementação de selênio, por exemplo, seu sistema imunológico pode não evoluir de forma ideal, condição propícia para o desenvolvimento de doenças que podem acarretar sua morte ou para se tornar vetor de patologias infectocontagiosas para outros animais da mesma espécie, em um sistema de criação.

“Ainda que não sejam acometidos por alguma doença, esses animais não apresentam um desempenho eficiente como os que recebem nutrição balanceada desde os primeiros dias de vida. O insucesso na fase pós-larvas pode afetar todas as outras subsequentes”, destacou o pesquisador.

De acordo com João Batista, o selênio atua na redução dos efeitos antioxidantes, fornecendo substrato para a glutationa-peroxidase, enzima fundamental no ciclo de inativação dos efeitos antioxidantes. Ela é extraída de plantas, frutos e sementes, como a castanha-do-Pará, leveduras e algas.

O cientista também salienta que a tilápia-do-Nilo é um peixe extremamente resistente a diversidades de ambientes, dietas e oxigenações da água, sendo consumido praticamente em todo o mundo, desde a antiguidade. Do mesmo modo, evidencia que, mercadologicamente, a tilápia-do-Nilo é interessante devido ao fato de ser rústica, saborosa e de ter crescimento rápido, tudo isso culminando em uma ótima aceitação nas mesas dos consumidores.

Acesse a notícia completa na página da UFPB.

Fonte: Pedro Paz, Edição: Aline Lins, UFPB. Imagem: Germano Roberto Schüür, via Wikimedia Commons.

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