Notícia

Camu camu do Brasil pode ajudar no tratamento do câncer

Fonte

Universidade de Montreal

Data

segunda-feira, 14 fevereiro 2022 10:30

Áreas

Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Nutrição Clínica. Saúde Pública

Cientistas de Quebec descobriram que o camu-camu brasileiro, já reconhecido por seus efeitos protetores contra obesidade e diabetes, também pode ajudar no tratamento de câncer.

Em um estudo publicado na revista científica Cancer Discovery, a equipe do Dr. Bertrand Routy, professor de medicina da Universidade de Montreal, no Canadá, mostra que um composto da fruta pode ter um papel positivo na imunoterapia.

“Com esta pesquisa, realizada com nossos colegas da Université Laval e da McGill University, comprovamos que a castalagina, um polifenol que atua como prebiótico, modifica o microbioma intestinal e melhora a resposta à imunoterapia, mesmo para cânceres resistentes a esse tipo de tratamento”, disse o Dr. Routy.

“Nossos resultados abrem caminho para ensaios clínicos que usarão castalagina como complemento a medicamentos chamados inibidores de checkpoint imunológico em pacientes com câncer”, acrescentou a Dra. Meriem Messaoudene, estudante de pós-doutorado no laboratório de Routy e primeira autora do estudo.

Nos últimos anos, os inibidores de checkpoint imunológico (ICI) deram aos pacientes uma esperança renovada de que seus sistemas imunológicos podem superar a resistência ao câncer, revolucionando as terapias direcionadas ao melanoma e ao câncer de pulmão. Este tipo de imunoterapia ativa o sistema imunológico para matar as células cancerosas.

Uma busca por novas abordagens

Apesar dessas melhorias, apenas uma minoria de pacientes tem respostas duradouras à imunoterapia semelhantes a uma cura, então pesquisadores como o Dr. Routy estão em busca de novas abordagens terapêuticas. Seu objetivo final é transformar um microbioma não saudável em um saudável, a fim de fortalecer o sistema imunológico.

Entre as estratégias que o Dr. Routy criou está uma que emprega prebióticos, compostos químicos que podem melhorar a composição do microbioma intestinal.

“Para avaliar os efeitos benéficos da castalagina, administramos oralmente o prebiótico a camundongos que receberam transplante fecal de pacientes resistentes ao ICI. Descobrimos que a castalagina se liga a uma bactéria intestinal benéfica, Ruminococcus bromii, e promove uma resposta anticancerígena”, disse o pesquisador.

A descoberta será testada em breve em pacientes graças ao lançamento do primeiro ensaio clínico combinando a baga de camu-camu e ICIs. O recrutamento de 45 pacientes com câncer de pulmão ou melanoma começará este mês no CHUM e no Hospital Geral Jewish.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Montreal (em inglês).

Fonte: Andrée-Anne Toussaint – CHUM, Jeff Heinrich – Universidade de Montreal. Imagem: Wikimedia Commons.

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