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UFMG: Mais de 50% dos adolescentes que consomem ultraprocessados têm sono inadequado

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

quinta-feira, 20 junho 2024 18:40

Pesquisa nacional realizada pelo Grupo de Estudo, Pesquisa e Práticas em Ambiente Alimentar e Saúde (Geppaas) da Escola de Enfermagem da UFMG, com 66.791 adolescentes de 12 a 17 anos de escolas públicas e privadas, revela que 55,94% daqueles que consomem alimentos ultraprocessados apresentaram duração inadequada do sono (menos de 8 horas e mais de 10 horas por dia).

O objetivo do estudo foi verificar a associação entre a duração do sono e o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) nos adolescentes brasileiros de cidades com mais de 100 mil habitantes, participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica).

A professora Dra. Larissa Loures Mendes, coordenadora da pesquisa, do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem, ressalta que a duração do sono influencia o padrão alimentar e a qualidade de vida e enfatiza que os ultraprocessados são responsáveis por 28% do consumo de energia dos adolescentes.

“O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados entre aqueles com duração inadequada do sono pode estar relacionado ao aumento da prevalência de obesidade, resistência à insulina e hipertensão arterial nesta faixa etária. Os AUP têm alta energia e baixa densidade de nutrientes, alta palatabilidade e grandes quantidades de açúcares, gorduras saturadas e sódio. Seu alto consumo tem sido associado a distúrbios de humor, início de sintomas depressivos, flutuações de saciedade, perturbações do sono e alterações de apetite”, alertou a pesquisadora.

Durante o estudo, o nível consumo de AUP foi obtido por meio do registro de diário alimentar de 24 horas e utilizado como variável desfecho (em gramas). A duração do sono foi obtida por meio de questionário, estratificada em duração de sono recomendada (8 a 10 horas por dia) e duração de sono inadequada (menos de 8 horas e mais de 10 horas por dia).

A Dra Mendes explica que o questionário aplicado aos adolescentes foi composto por 105 questões divididas em 11 blocos, abrangendo as seguintes áreas: situação socioeconômica, trabalho, tabagismo, consumo de álcool, atividade física, histórico médico e de saúde, horas de sono, comportamento alimentar, saúde bucal, transtornos mentais comuns e problemas reprodutivos.

Perfil

Dos adolescentes que participaram do estudo, 50,21% eram do sexo masculino e 49,79% do sexo feminino; 48,83% de cor parda, 40,05% brancos, 8,31% pretos, 2,12% de descendência do Leste Asiático e 2,12% indígenas; 35,1% com idade entre 12 e 13 anos, 34,99% entre 14 e 15 anos e 29,9% entre 16 e 17 anos; 73,97%, com nível socioeconômico médio, 23,6% nível alto e 2,42% baixo.

“Quanto à caracterização segundo a duração do sono, os adolescentes que dormem o número recomendado de horas são mais jovens (na faixa etária de 12 a 13 anos) do que aqueles que não dormem o número de horas recomendado (com idade de 14 a 17 anos)”, observa a coordenadora do estudo.

Os adolescentes do sexo masculino com idade de 14 e 15 anos e com alto nível socioeconômico apresentaram maior consumo médio de ultraprocessados. Adolescentes que se autodeclaram brancos apresentam maior consumo médio de AUP quando cumprem a recomendação de sono em comparação aos adolescentes que se autodeclaram pardos. Entre aqueles com duração de sono inadequada, os adolescentes que se autodeclaram pretos ou brancos apresentam consumo médio de ultraprocessados maior do que aqueles que se autodeclaram pardos e indígenas.

Acesse a notícia completa na página da UFMG.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG.

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