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Segurança alimentar e nutricional em tempos de pandemia
A alimentação pode ser uma aliada no combate à COVID-19? Não existe evidência científica que associe diretamente esse fator à prevenção ou ao tratamento da doença provocada pelo novo coronavírus. Porém, é sabido que alguns nutrientes agem no corpo humano, fortalecendo nosso sistema de defesa.
Pesquisadores da Universidade Médica da China publicaram em fevereiro uma revisão sistemática de outros estudos sobre potenciais intervenções no tratamento da infecção. No texto, entre outros procedimentos, os autores sugerem a avaliação nutricional de cada paciente, antes da administração dos tratamentos gerais. E destacam a importância, para infectados ou não, de uma dieta equilibrada em vitaminas (A, B, C, D e E), ômega 3, ferro, zinco e selênio.
Esses nutrientes “são reconhecidos como imunomoduladores”, explica a Dra. Taís Lopes, professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) e representante da UFRJ no Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea – RJ), e podem ser encontrados, por exemplo, em frutas, verduras, legumes e grãos. Uma alimentação variada, que combine alimentos in natura, minimamente processados e devidamente higienizados pode ser a base de uma dieta saudável e, com isso, garantir a imunidade do corpo.
Mais que nutrientes
Ao procurar uma fonte de nutrientes, a docente recomenda alimentos que estejam na safra e sejam oriundos de produtores locais. Além de terem preços mais acessíveis do que os produtos que vêm de outros estados (ou, até mesmo, de outros países), são mais saborosos e têm mais qualidade. Se forem cultivados de forma ecológica, sem uso de fertilizantes químicos, fungicidas, inseticidas e herbicidas, por exemplo, garantem também que você não acumule veneno em seu organismo. Inúmeras pesquisas associam o consumo de agrotóxicos a doenças como cânceres, más-formações congênitas, além de distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, alimentar-se é mais do que ingerir nutrientes específicos. É uma prática social que depende de fatores históricos, culturais, econômicos e de saúde pública. Conforme suas diretrizes, “uma alimentação adequada e saudável deriva de um sistema alimentar social e ambientalmente sustentável”. Além disso, deve considerar a diversidade de saberes e vir acompanhada de informação suficiente para que as pessoas façam suas escolhas com autonomia.
Seguindo essas premissas, a Dra. Taís Lopes coordena o projeto de extensão Laboratório Culinário de Manguinhos (LCM). A ação reúne docentes e discentes dos cursos de Nutrição e Gastronomia da UFRJ e realiza oficinas com foco na promoção de saúde e na capacitação de pessoal. “Nós trabalhamos o conceito de alimentação saudável, a escolha de alimentos com respeito ao hábito e à cultura alimentar, além dos conceitos de utilização integral de alimentos e a redução do desperdício”, apresenta. As atividades são realizadas no Centro de Referência da Juventude de Manguinhos e, em razão da importância de se cumprir o isolamento social, estão temporariamente suspensas.
Acesse a notícia completa na página da UFRJ.
Fonte: Patrícia da Veiga, UFRJ.
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