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Levantamento de custos do SUS com doenças associadas à obesidade em Alfenas aponta necessidade de ações efetivas de prevenção do sobrepeso
Entre 2016 e 2019, o Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Alfenas-MG gastou mais de R$ 27 milhões com tratamento de doenças crônicas associadas à obesidade. O levantamento dos custos financeiros faz parte de um estudo da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), que sugere o quanto a prevenção do sobrepeso e da obesidade pode reduzir os gastos de saúde com os tratamentos de doenças cardíacas, câncer, diabetes, entre outras.
A pesquisa “Custo de doenças associadas à obesidade no sistema único de saúde em Alfenas, Minas Gerais” é resultado da dissertação de mestrado da acadêmica Beatriz Cavalcante de Oliveira Barros, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade, sob a orientação do professor Dr. Marcelo Lacerda Rezende, do Instituto de Ciências Exatas (ICEx/Unifal-MG), e coorientação do professor Dr. Estevão Tavares de Figueiredo, da Faculdade de Medicina/Marília-SP.
O estudo, defendido em 2022, integra o projeto “Avaliação do custo da obesidade para o sistema único de saúde, com desenvolvimento de ferramenta de monitoramento” financiado pelo CNPq, por meio da chamada Chamada MS-SCTIE-Decit/CNPq Nº 26/2019 – Pesquisa em Alimentação e Nutrição, coordenado pela professora Dra. Luciana Azevedo, da Faculdade de Nutrição (FANUT).
Recentemente, um artigo assinado pela autora do trabalho, em colaboração com o orientador, o coorientador, e as professoras da Faculdade de Nutrição, Dra. Cristina Garcia Lopes Alves e a Dra. Daniela Braga Lima, foi publicado pela revista espanhola Observatorio de La Economía Latinoamericana.
Conforme narra Beatriz Barros, a motivação para realizar a pesquisa sobre o tema foi o fato de que a obesidade é um problema de saúde pública complexo, de múltipla determinação e caro. “A obesidade atinge a maior parte dos países do mundo, independentemente de serem desenvolvidos ou em desenvolvimento”, explica. “Ela aumenta o risco de desenvolver outras doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemias e câncer, respondendo diretamente por parcela significativa do custo do sistema de saúde nos países”, acrescenta.
Beatriz Barros focou sua pesquisa em estimar os custos financeiros para o SUS com o tratamento das doenças relacionadas com a obesidade na população adulta da microrregião de Alfenas. A proposta da acadêmica foi apontar dados que pudessem subsidiar as tomadas de decisões de forma mais eficaz a fim de otimizar a alocação de recursos públicos para a saúde.
“Os resultados demonstraram o quanto o excesso de peso e a obesidade afetaram a população de Alfenas, contabilizando o sacrifício econômico utilizado para tratamento de outras comorbidades que tinham essa prevalência”, apontou a pesquisadora.
O total de gastos mensurado foi de 27.432.500,80 reais, sendo que, deste valor, aproximadamente 87% são referentes ao tratamento de pessoas que se autodeclararam acima do peso durante os anos de 2016 a 2019. A análise envolveu custos com tratamento das comorbidades: diabetes mellitus tipo 2, câncer colorretal, câncer de próstata, câncer de ovário, câncer de pâncreas, câncer de esôfago, hipertensão, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral, asma, cálculos biliares e osteoartrose.
Acesse a notícia completa na página da Unifal.
Fonte: Ana Carolina Araújo, Unifal.
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