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“Guia Alimentar” propõe hábitos saudáveis e sustentáveis para crianças
Em 2024, o Guia Alimentar para a População Brasileira comemora dez anos do lançamento de sua edição mais recente. Desenvolvido em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, o guia é importante para orientar políticas públicas e escolhas alimentares saudáveis e sustentáveis.
Apesar disso, ele ainda é pouco conhecido por grande parte da população nacional e, em busca de combater essa realidade, o Boletim Alimentação e Sustentabilidade chamou a Dra. Daniela Canella, pesquisadora do Nupens e associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), para tirar algumas dúvidas do público.
Guia infantil
Segundo a especialista, o Guia Alimentar para a População Brasileira possui recomendações gerais para todas as pessoas com mais de 2 anos de idade, isto é, a regra para se alimentar é igual para todos os membros da família: preferência por alimentos in natura, ou minimamente processados, e preparação culinária no lugar de comidas ultraprocessadas. Tendo em conta essa fase da infância, o guia ressalta a importância da variedade alimentar desses grupos mais saudáveis — como grãos, frutas, hortaliças, laticínios e carnes.
“Nesta fase de descoberta que é a infância, é bem legal oferecer diferentes alimentos para criar um repertório amplo de sabores e texturas. Conhecer feijão carioca, feijão preto, grão de bico, cenoura em purê, cenoura cozida e por aí vai. Vale a pena também expor a criança a diferentes cores de alimentos, fazendo preparações atraentes aos olhos e ao paladar dos pequenos e também ricas em vitaminas e minerais”, acrescentou a pesquisadora.
Para crianças abaixo dos 2 anos de idade foi criado um guia específico, focado na amamentação e na alimentação complementar desse público infantil. “Além de recomendar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, e que sejam evitados os alimentos ultraprocessados, também recomenda que as crianças não consumam açúcar nesse momento da vida”, alertou a Dra. Daniela, argumentando que isso deve ser feito para que esse tipo de alimento não molde o paladar das crianças.
Especificidades regionais
O Brasil, devido ao seu tamanho continental, apresenta muitas diferenças regionais que se refletem nos hábitos alimentares de cada região, ostentando toda a riqueza cultural e sua importância para a alimentação saudável. Assim, a pesquisadora questiona: “Por que todo mundo precisa comer pão francês no café da manhã, se temos bolo de milho, tapioca e tantas outras preparações que são a cara do Brasil?”.
A fim de responder essa pergunta, ela destaca que o Guia possui vários exemplos de combinações alimentares para cada refeição, de acordo com as várias culturas regionais existentes no Brasil. “O interessante é que os hábitos regionais vêm sendo praticados há anos, por gerações, e certamente consideram os alimentos típicos de cada lugar e as melhores combinações entre estes alimentos, para o paladar e para a saúde.” Daniela enfatiza que a valorização dos hábitos regionais significa valorizar a existência de um sistema alimentar sustentável, no qual os alimentos são produzidos e consumidos localmente.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Felipe Bueno, Jornal da USP.
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