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Fiocruz: pesquisa indica que obesidade aumentará em meninos e meninas de todas as idades
Uma nova pesquisa apresentada no Congresso Internacional sobre Obesidade deste ano (ICO2024), em São Paulo, mostra que, mantidas as tendências atuais, as taxas de obesidade aumentarão em meninos e meninas de todas as idades nos próximos 20 anos, com previsão de alcançar 24% entre aquelas de 5 a 9 anos, 15% entre as de 10 a 14 anos e 12% entre os adolescentes de 15 a 19 anos, até 2044.
O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Ana Carolina Rocha de Oliveira, do Instituto Desiderata, do Rio de Janeiro, Dr. Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da Fiocruz Brasília, e colegas.
A obesidade infantojuvenil é uma das questões de saúde pública mais importantes da era moderna. Pesquisas indicam que, se comparadas a crianças com peso normal, crianças com excesso de peso são mais propensas a desenvolver problemas de saúde quando jovens, como diabetes tipo 2, asma, hipertensão e distúrbios metabólicos. Contudo, a carga epidemiológica da obesidade em crianças e adolescentes no Brasil em anos futuros ainda não havia sido projetada. Assim, o objetivo do estudo foi fornecer as tendências esperadas no aumento da obesidade infantojuvenil no Brasil no período de 2024 a 2044.
Os autores fizeram um estudo de modelagem, que estimou as tendências nacionais da obesidade infantojuvenil de 2024 a 2044 com base nas tendências dos grupos de estudo brasileiros. A projeção de como o Índice de Massa Corporal (IMC) mudará ao longo do tempo para crianças, adolescentes e adultos assumiu que o aumento médio do IMC para cada faixa etária continuaria nos próximos 20 anos.
Nos próximos 20 anos (até 2044), os autores preveem que, se nada for feito, a prevalência de obesidade infantojuvenil aumentará em todas as faixas etárias para ambos os sexos, seguindo os padrões observados em grupos de estudo brasileiros de 1985 a 2019. Estima-se que a prevalência de obesidade em meninos de 5 a 9 anos aumente de 22,1% para 28,6% entre 2023 e 2044, enquanto nas meninas dessa faixa etária a projeção é que aumente de 13,6% para 18,5%.
No mesmo período de 20 anos, a porcentagem de meninos de 10 a 14 anos vivendo com obesidade aumentará de 7,9% para 17,6%, enquanto a porcentagem de meninas com obesidade na mesma faixa etária aumentará de 7,9% para 11,6%. Finalmente, a prevalência de obesidade entre os meninos na faixa etária de 15 a 19 anos aumentará de 8,6% para 12,4% nos próximos 20 anos, enquanto a prevalência entre as meninas dessa idade aumentará de 7,6% para 11,0%.
“Os resultados do estudo apoiam a necessidade urgente de políticas públicas para prevenir e tratar o sobrepeso e a obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e demonstram prováveis impactos epidemiológicos da obesidade infantojuvenil no Brasil, se não forem tomadas medidas apropriadas. Além de abordagens no âmbito do SUS, para resolver efetivamente essa questão, é essencial implementar políticas fiscais e regulatórias que promovam ambientes alimentares mais saudáveis, especialmente para crianças e adolescentes”, afirmam os autores da pesquisa.
Acesse a notícia completa na página da Fiocruz.
Fonte: Fiocruz Brasília.
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