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Estudos comprovam benefícios da “proteína da longevidade” no cérebro
Na mitologia grega, as moiras eram três mulheres que fabricavam, teciam e cortavam o fio da vida de homens e deuses. Uma delas, de nome Klotho, era responsável por tecer esse fio. Em 1997, pesquisadores japoneses descobriram uma proteína que regula o envelhecimento e está associada à longevidade. Ela foi batizada de klotho. Desde então, a proteína passou a ser estudada por diversos grupos de pesquisa do mundo. Na USP, alguns desses estudos são feitos no Laboratório de Neurofarmacologia Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, sob a liderança do Prof. Dr. Cristoforo Scavone. O mais recente trabalho publicado pelo grupo traz descobertas inéditas que mostram que a klotho estimula a produção de lactato (um dos alimentos dos neurônios), além de ser importante nos processos de sinalização de insulina e exercer uma ação antioxidante e anti-inflamatória no sistema nervoso central.
Os dados estão no artigo Activity-dependent neuronal Klotho enhances astrocytic aerobic glycolysispublicado no Journal of Cerebral Blood Flow and Metabolism. A pesquisa é fruto da tese de doutorado do farmacêutico-bioquímico Caio Mazucanti, realizada sob a orientação do Prof. Dr. Scavone.
Mazucanti explica que no DNA humano existe o gene da klotho. É ele quem produz a proteína klotho, principalmente nos rins e no cérebro, e a joga na corrente sanguínea. No cérebro, isso ocorre nos neurônios. Porém, com o processo de envelhecimento, a presença dela diminui no organismo. E essa diminuição é ainda maior quando há doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
“Vários estudos científicos já comprovaram que algumas pessoas têm uma variação genética que leva à produção de uma proteína klotho ligeiramente diferente. Essas pessoas parecem ser mais protegidas contra Alzheimer, Parkinson e doenças cardiovasculares, entre outras, além de terem melhores resultados em testes de QI [Coeficiente Intelectual], maior cognição e maior volume do córtex cerebral”, conta Mazucanti. “É um efeito benéfico bastante generalizado. Isso reflete a ação dessa proteína pois ela consegue agir em diversos sistemas no organismo e tem um espectro de ação bastante amplo”, explica.
O pesquisador focou seus estudos especificamente no metabolismo energético do sistema nervoso central (SNC), e em como a proteína age na dinâmica metabólica do cérebro. “É onde ocorre uma das maiores atividades da klotho, além de haver uma carência de informações sobre os mecanismos de ação da proteína neste órgão.”
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Fonte: Valéria Dias, USP Imagem: Cecília Bastos/USP
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