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Embrapa: especialistas debatem cenário da olivicultura no Brasil e em Portugal
O cenário da olivicultura no Brasil e em Portugal foi tema da live ‘Azeite de oliva: conectando territórios e gastronomia‘ realizado pela Embrapa. Especialistas discutiram os principais desafios dos sistemas de produção nacionais para obtenção de azeites de qualidade e as ações do País na regulamentação e fiscalização do processo produtivo e comercialização. Além disso, o evento mostrou a importância dos recursos genéticos e dos territórios para o processo de caracterização, tipificação e certificação de azeites portugueses.
O objetivo foi “tratar, principalmente, da relação que a agricultura tem com os territórios e com a alimentação, que é um tema muito caro para a Embrapa Alimentos e Territórios, unidade da Embrapa que conecta toda a relação da produção de alimentos com a tipificação, com as características que os territórios levam para esses alimentos”, explicou o Dr. Ricardo Elesbão, chefe de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
O pesquisador Dr. Jair Costa Nachtigal, da Embrapa Clima Temperado apresentou uma linha do tempo sobre a olivicultura no Brasil, desde 1800, e abordou os desafios da produção de oliveiras no País. Também indicou como desenvolver e recomendar boas práticas para a produção de oliveiras. Ele acredita que há ainda muita tecnologia a ser desenvolvida e que é possível expandir a produção para outras áreas. “Cabe a nós aprendermos com quem tem mais experiência e já passou por fases que estamos passando agora, evitar alguns erros, buscando a associação com os territórios e as identidades”, ressaltou o pesquisador.
A legislação brasileira que regulamenta a comercialização de azeite foi abordada pela auditora fiscal federal agropecuária Helena Pan Rugeri, coordenadora-geral de Qualidade Vegetal (CGQV) do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). As ações de fiscalização do Mapa incluem programas nacionais de qualidade de produtos de origem vegetal e de prevenção e combate à fraude.
Em 2021, fiscalizações no mercado interno indicaram um índice de conformidade de 63%. Em 2024 o índice até agora é de 46% Com relação à fiscalização na importação com amostragem de produtos, em 2023, houve 58% de conformidade em laboratórios oficiais do Mapa e 96% em laboratórios credenciados. “Isso demonstra o trabalho da fiscalização na assertividade das ações”, de acordo com a fiscal. As fraudes são rapidamente avisadas aos consumidores por alertas do programa PNFraude. Na última comunicação feita este ano 10 marcas foram retiradas do mercado.
A atuação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Olivicultura e do Azeite Brasileiros (INCT OABras) foi tema da apresentação do Dr. Humberto Bizzo, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e vice-coordenador do INCT OABras. Ele mostrou a atuação do Instituto, que é composto por 18 instituições, com parceiros da Espanha, Itália e Uruguai. Os núcleos temáticos incluem sistemas de produção, fitopatologia, química e metabolômica, agroindustrialização e produção de azeite de oliva, análise sensorial, e coprodutos.
Os professores Dr. José Alberto Cardoso Pereira e o Dr. Nuno Miguel de Sousa Rodrigues, do Centro de Investigação de Montanha (Cimo), ligado ao Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Portugal, apresentaram o Instituto e os trabalhos desenvolvidos. O país produz oliveiras de norte a sul, mas de forma diferenciada, de acordo com o Dr. Pereira, diretor científico do Cimo. O cultivo ocupa 6% do território português. Em 2023 foram cultivados 330 mil hectares e extraídas 158 mil toneladas de azeite. A primeira região produtora é a do Alentejo, com 80% da produção.
O Dr. Nuno Rodrigues falou sobre os produtos que estão sendo desenvolvidos para produção de derivados de azeitona. Ainda expôs eventos realizados sobre o processo de extração de azeite e degustação de produtos para a comunidade, especialmente estudantes, vivenciar a experiência e também para ampliar o consumo, além de incentivar o turismo, com roteiros de visitas a oliveiras centenárias.
Oficina de iniciação à prova de azeite
Os professores do Cimo também coordenaram uma oficina de iniciação à prova de azeite e harmonização, para chefs de cozinha de Maceió, representando os seguintes estabelecimentos: Akuaba, Divina Gula, Jardim Secreto, Le Brulé, Nalva, Piccola Villa e Sur Ante. Participaram da atividade, ainda, pesquisadores e analistas da Embrapa Alimentos e Territórios.
O chef Paulo Farias, do Divina Gula, disse que é preciso promover mais desses eventos. “Precisamos cada vez mais dessa interação. Eu acredito que falta muito conteúdo nesse sentido, aqui, pra mão de obra, principalmente aqui em Alagoas, focado aqui no Nordeste”, relatou.
Véga Vergetti, diretora da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel Alagoas), falou da oportunidade desse aprendizado. “Aprender não só o que é o azeite, como se cultiva e aprender também a experimentar. Experimentar, saber da qualidade do azeite e essa interação com os chefs de cozinha também é muito importante”, enfatizou a diretora.
Acesse a notícia completa na página da Embrapa.
Fonte: Nadir Rodrigues, Embrapa Alimentos e Territórios.
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