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Aumento da insegurança alimentar influencia queda da vacinação em crianças, alerta pesquisadora

Fonte

Ministério da Saúde

Data

quarta-feira, 1 março 2023 18:30

“A insegurança alimentar é um dos fatores atrelados à queda nos índices de vacinação das crianças. Tornou-se, claro, mais urgente para a família saber o que vai comer, então a vacinação virou uma preocupação secundária”. A conclusão é da Dra. Patricia Boccolini, pesquisadora e coordenadora do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância/Fiocruz).

A constatação da Dra. Patricia vai ao encontro de dados revelados pelo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19. De acordo com o levantamento, no Brasil, nos últimos anos, 14 milhões de pessoas passaram a integrar a parcela da população que não tem o que comer.

Ainda segundo o documento, entre os domicílios onde a pandemia levou à perda de empregos ou aumento da dívida, quase 20% enfrentaram grave insegurança alimentar. Os resultados da pesquisa são um alerta para a sociedade brasileira e seus líderes sobre a necessidade urgente de ações e políticas públicas.

Para a pesquisadora da Fiocruz, uma das políticas públicas para resgatar as altas coberturas vacinais é educar sobre o tema nas escolas. “A escola precisa ser um lugar de educação e saúde para crianças e adolescentes, mas também precisa ser um polo de vacinação, o que pode ser muito mais prático para a família que pode ter de levar a criança para um posto longe da sua residência”, disse a pesquisadora.

A ação citada pela Dra. Patricia está prevista na quinta etapa do Movimento Nacional pela Vacinação, quando haverá chamamento para atualização de caderneta de vacinação com os imunizantes de todo o calendário nacional, com ações nas escolas do País.

A Dra. Patricia ainda chama a atenção para a falsa percepção de que algumas doenças imunopreveníveis simplesmente nunca mais poderão ressurgir. “A gente precisa conscientizar as famílias que o vírus da poliomielite, por exemplo, ainda é endêmico em alguns lugares do mundo e hoje em dia as pessoas viajam e transitam. Então, existe sim a possibilidade real de algum infectado chegar no Brasil e aqui encontrar as coberturas vacinais baixíssimas, reintroduzindo o vírus”, explicou.

A pesquisadora acrescenta que o Brasil tem que voltar a priorizar a atenção básica, com o fortalecimento das Equipes de Saúde da Família. “Nos últimos anos foi trilhado o caminho inverso, com enfraquecimento, redução de financiamento e desmobilização de equipes. O agente comunitário nunca teve tanta importância. Precisamos mais do que nunca deles para aumentar a cobertura vacinal dos municípios”, afirmou a Dra. Patricia.

Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

Extinto em 2019, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) foi retomado no primeiro dia da gestão do presidente Lula. Ele assinou decretos que dispõem sobre a competência e funcionamento do conselho, deu posse aos integrantes e assinou um outro decreto para reinstituir a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, a Caisan.

Órgão de assessoramento imediato à Presidência da República, o Consea é um importante espaço institucional para a participação e o controle social na formulação, no monitoramento e na avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional. Um terço dos representantes são governamentais e dois terços, da sociedade civil organizada.

A volta do Brasil ao Mapa da Fome foi uma das mais drásticas consequências do desmonte de políticas públicas promovido nos últimos quatro anos. Pesquisa realizada em 2021-2022 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) demonstrou uma grave escalada da fome no Brasil no período. Em 2022, 33,1 milhões de brasileiros não tinham suas necessidades alimentares básicas atendidas, ou seja, passavam fome, e seis em cada dez brasileiros (58,7% da população) convivia com algum grau de insegurança alimentar.

Acesse a notícia completa na página das Ministério da Saúde.

Fonte: Nathan Victor, Ministério da Saúde.

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