Destaque

As mãos que sustentam a nação

Fonte

UEG | Universidade Estadual de Goiás

Data

terça-feira, 1 maio 2018 11:00

As mãos calejadas e ásperas, a pele queimada de sol, a vida suada na lida dura e diária, o vínculo com a terra. Algumas dessas características ou todas elas podem ser usadas quando nos referimos ao homem e à mulher do campo. Mas, quem são esses sujeitos, cujo trabalho continua sendo tão pouco reconhecido?

De acordo com Paula Junqueira da Silva Rezende, professora do Câmpus Iporá e membro do Grupo de Estudo e Pesquisa do Espaço Rural da Universidade Estadual de Goiás (GEPER|UEG), existem várias categorias de trabalhadores do campo.

“Temos o trabalhador assalariado, permanente ou temporário; temos o trabalhador da agricultura camponesa mais tradicional, em que o homem, a mulher e os filhos mantêm vivência e uma produção no campo e a renda é da propriedade; temos a agricultura familiar mais capitalizada, em que o produto vai para o mercado, mas quem gere a produção, controla e põe à venda não é um administrador, e sim o homem e a mulher juntos. E dentre esses, um tipo que faz toda diferença aqui na região de Iporá, são os trabalhadores do campo provenientes de assentamentos rurais”, explica.

Para a pesquisadora, os trabalhadores do campo hoje são a manifestação e resistência da territorialidade camponesa e também da (re)existência, que é o existir dessa cultura de forma diferente, ou seja, a reinvenção para continuar existindo.

Sobre isso, o Prof. Dr. Edevaldo Aparecido Souza, Coordenador do Curso de Geografia do Campus Quirinópolis, afirma que “por mais que a modernização da produção no campo tenha desterritorializado famílias de muitos camponeses, eles permanecem nos seus sítios produzindo alimentos para consumo direto, e reproduzindo a sua existência”. Isso significa que o processo de expansão do agronegócio, por exemplo, promoveu a readaptação e ressignificação das práticas sociais, dos modos de vida e dos vínculos desses trabalhadores com o lugar.

Árdua Rotina

O trabalho no campo requer muito esforço físico, é uma labuta pesada, rústica e contínua. A grande parte das atividades precisam de um cuidado diário e não esperam.

O professor Edevaldo explica que a rotina do trabalho do pequeno produtor rural segue a organização do espaço, do serviço na roça, dos afazeres domésticos, do trato dos animais e dos cuidados com o terreiro.

Segundo ele, quando as tarefas são apenas em sua propriedade, “é possível que o trabalhador tenha certa autonomia com relação à organização do tempo e aos outros serviços que podem esperar ou reacumular”. No entanto, no caso do trabalhador assalariado essa autonomia é reduzida, pois existe o compromisso com tarefas diárias e horários a cumprir.

A Profa. Dra. Divina Aparecida Leonel, do Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (TECCER|UEG) destaca que no campo o período do não-trabalho não quer dizer ociosidade, o dia de folga ou feriado não ocorre na mesma lógica que na cidade.

“O não-trabalho do sujeito na lavoura, por exemplo, significa que ele está cuidando das suas criações, da sua casa ou do seu pomar, é uma lida constante. No setor leiteiro, por exemplo que é a atividade produtiva mais importante na agricultura familiar no Brasil, o trabalho é diário. Tanto é que quando o homem ou a mulher ficam doentes, quem os socorre são os vizinhos da sua comunidade rural; o leite precisa ser tirado, porque existem perdas se aquele trabalho não for feito” analisa a Dra. Divina Aparecida.

A professora observa que, muitas vezes, nos acostumamos a enxergar o campo, pela ótica romanceada, bucólica, como um lugar lindo e de descanso. No entanto, a realidade do homem e da mulher do campo é dura e o seu trabalho deveria ser muito mais valorizado por quem vive na cidade.

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Fonte: Adriana Rodrigues, CeCom, UEG  Imagem: Adriana Rodrigues, CeCom, UEG

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