Destaque

Alergia alimentar: o desafio diário que exige atenção e apoio especializado

Fonte

Ebserh | Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Data

segunda-feira, 24 junho 2024 14:50

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio de seus hospitais universitários federais, está preparada para auxiliar no diagnóstico, acompanhamento e tratamento dessas alergias em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Acompanhe esta matéria especial que conta com a participação de especialistas da Rede Ebserh e aborda os aspectos:

– Alergia ou intolerância alimentar?

– Amamentação: fator de prevenção de alergias alimentares

– Alergia alimentar na vida adulta

Viver com alergia alimentar apresenta desafios diários, como a leitura minuciosa de rótulos e os cuidados redobrados ao consumir um simples sanduíche. O sistema imunológico humano, responsável por proteger o corpo, pode reagir de forma inadequada a certos alimentos, desencadeando reações alérgicas potencialmente perigosas e até fatais.

Nesse contexto, a Semana Mundial da Alergia, de 23 a 29 de junho, traz o tema: “Superando os Obstáculos da Alergia Alimentar”, lembrando que essa condição afeta muitas pessoas e requer atenção, empatia e ações efetivas por parte de toda a sociedade.

Alergia ou intolerância alimentar?

“É importante compreender as diferenças entre alergia e intolerância alimentar para garantir o diagnóstico correto e o tratamento adequado. A atenção à prevenção de reações graves é essencial para a segurança e bem-estar dos pacientes com alergias alimentares”, destacou a Dra. Adriana Azoubel, médica preceptora do Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE),  especialista em Alergia e Imunologia Clínica pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e professora adjunta do Centro de Ciências Médicas da UFPE.

As alergias alimentares podem manifestar-se de maneiras bastante diversas, dependendo do mecanismo imunológico envolvido na reação. Segundo a especialista, “existem reações imediatas, mediadas pela Imunoglobulina E (IgE), que incluem urticária, inchaços, sintomas nasais, falta de ar, dificuldade para respirar e edema de glote. Além disso, existem sintomas não mediados pela IgE, como vômitos, dor abdominal, refluxo e diarreia crônica”.

A intolerância alimentar, por outro lado, não envolve um mecanismo imunológico. Ela ocorre devido a uma insuficiência enzimática que dificulta a digestão de determinados alimentos. Um exemplo clássico é a intolerância à lactose, sendo frequentemente confundida com alergia ao leite.

Nesta última, há uma reação imunológica à proteína do leite, enquanto na intolerância, o indivíduo não produz quantidade suficiente de enzima lactase para digerir o açúcar do leite. “As pessoas com alergia alimentar precisam evitar qualquer contato com o alérgeno, pois a reação é qualitativa e não depende da quantidade ingerida. Já na intolerância alimentar, cada indivíduo tem uma capacidade diferente de digerir determinados alimentos, tornando a dieta mais flexível”, explicou a Dra. Adriana Azoubel.

Para confirmar o diagnóstico de alergias mediadas pela IgE, podem ser realizados exames de sangue para dosagem de IgE sérica específica e teste cutâneo. Já para as alergias não mediadas por ela, o teste de provocação oral é o padrão ouro para o diagnóstico. Quanto ao tratamento, a restrição dietética é fundamental para pacientes com alergias alimentares. Para alergias ameaçadoras à vida, é possível realizar tratamento de dessensibilização oral. A médica destacou a necessidade de um ambiente controlado para oferecer o alimento responsável pela alergia, em pequenas quantidades, visando desenvolver a tolerância imunológica.

Além disso, a médica alertou para a gravidade da anafilaxia em casos de alergias alimentares: “Ela é uma reação alérgica sistêmica e, potencialmente, fatal que pode acontecer caso o paciente seja exposto à proteína à qual ele é alérgico”. A anafilaxia pode ser imprevisível e caracteriza-se pelo acometimento de mais de um sistema do corpo, podendo evoluir para um quadro de choque anafilático.

Amamentação: fator de prevenção de alergias alimentares

Karoline Camargo dos Santos é mãe da pequena Rafaela, uma prematura extrema que nasceu com apenas 26 semanas e dois dias de gestação, pesando 810 gramas. Rafaela ficou quase 14 semanas internada na UTI Neonatal do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg).

Durante esse período, Karoline descobriu a importância da amamentação ao enfrentar a suspeita de alergia ou intolerância à lactose: “Após 14 dias de dieta zero lactose, começamos a introduzir meu leite novamente e Rafaela aceitou super bem, pois meu organismo tinha se preparado. A dieta se torna bem restrita, pois quase tudo contém lactose”. Karoline deixou uma mensagem de esperança e encorajamento para outras mães que passam por situações semelhantes: “Não fiquem tristes e nem preocupadas, é só uma fase e vai passar. Hoje minha filha está saudável e eu posso comer de tudo novamente”.

Grace Santos, nutricionista do HU-Furg, que acompanhou mãe e filha durante a internação, explicou o processo: “O tratamento é feito retirando o alimento causador da alergia da alimentação do bebê. Caso ele esteja em amamentação exclusiva, retiramos da alimentação da mãe e observamos. Por exemplo, na alergia à proteína do leite de vaca (APLV), a mãe faz uma dieta com exclusão a proteína do leite e seus derivados (uma dieta bem restrita)”.

A amamentação é um dos principais fatores de prevenção de alergias alimentares em recém-nascidos. O ato de amamentar protege o bebê de possíveis alergias, regula o apetite e evita a obesidade, além de promover o vínculo afetivo entre mãe e filho, fundamental para o desenvolvimento infantil. A nutricionista destacou que “A alergia é uma doença mediada pelo sistema imunológico e durante a amamentação, toda a parte imunológica que a mãe adquiriu em toda sua vida, é passada pelo leite materno”.

Acesse a notícia completa na página da Ebserh.

Fonte: Andreia Pires, Danielle Morais, Ebserh.

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