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02 de junho: Dia Mundial de Conscientização dos Transtornos Alimentares
Transtornos alimentares são alterações psiquiátricas que impactam de forma negativa o comportamento e o hábito alimentar de uma pessoa, assim como seu estado nutricional. Falar de transtornos alimentares é falar sobre saúde mental, entendendo que o mesmo pode possuir ramificações na saúde de forma integral. Além disso, é de extrema importância a conscientização sobre os transtornos alimentares por profissionais nutricionistas e demais profissionais da saúde, assim como para a população em geral.
Atualmente, o tema da saúde mental tem se ampliado, o que contribui para que as pessoas possam entender sobre si mesmas e buscar acompanhamento em saúde, quando necessário. No entanto, houve também uma banalização do uso de terminologias de diagnósticos em saúde mental, também de transtornos alimentares, e um comportamento de “auto diagnóstico” que é perigoso.
Os transtornos alimentares (TAs) são doenças com uma etiologia multifatorial (bio-psico-social) que podem afetar pessoas independente da raça/cor, etnia, classe social, identidade de gênero e orientação afetivo-sexual. Por muito tempo houve uma compreensão, no senso comum, que os TAs eram doenças psiquiátricas que ocorriam apenas em mulheres brancas e de classe média-alta. O que não é verdade. Os TAs podem ocorrer com qualquer pessoa.
Os múltiplos fatores etiológicos são: predisposição genética, comorbidades em saúde mental e aspectos sociais, como estresse de aculturação, relações interpessoais e violência. Epidemiologicamente, existem maiores prevalência de TAs em mulheres cis jovens (Hay, 2020) e pessoas LGBTIA+ comparadas aos seus pares cisgênero e/ou heterossexual (Parker & Harriger, 2020). Sendo, na população geral, mais comum a anorexia e bulimia nervosa em mulheres e, o transtorno de compulsão alimentar em homens (Hay, 2020).
Quando profissionais, que não sejam médicos psiquiatras, identificarem sinais de alguma alteração crítica no comportamento alimentar, devem orientar o paciente atendido a buscar um psiquiatra para avaliação de hipótese diagnóstica. Os transtornos alimentares devem ser diagnosticados por uma pessoa da psiquiatria, com base nos critérios descritos no DSM-V e CID-11, e acompanhados interdisciplinarmente com um profissional da psicologia e da nutrição (Hay, 2020)) com especialidade no assunto.
Vale ressaltar também, que profissionais da saúde podem e devem atuar na prevenção de TAs, tendo cuidado com falas indevidas sobre corpo e alimentação, auxiliando pessoas a terem uma imagem corporal mais positiva e cuidando de morbidades em saúde mental. Na área da nutrição, o profissional deve se instruir cientificamente sobre o assunto, não aderindo aos modismos alimentares como orientações nutricionais e evitando restrições indevidas em um acompanhamento nutricional.
Texto escrito pela nutricionista, doutoranda Ísis Gois CRN-3 62286.
Acesse a notícia na página do CRN-3.
Fonte: Ísis Gois, CRN-3.
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