Destaque

Dissertação discute percepção das agricultoras rurais sobre solos

Fonte

UFV | Universidade Federal de Viçosa

Data

terça-feira, 6 março 2018 14:20

Angélica da Silva é neta de agricultores da zona rural de São Miguel do Anta, município próximo a Viçosa. Formou-se em Agronomia na UFV e quando procurou um tema para trabalhar no mestrado voltou–se para o passado da família para identificar como as mulheres e os homens percebem, de maneira diferente, a relação com os solos. Na defesa da dissertação, as mulheres da comunidade da Capivara, onde foi realizado o trabalho, estavam lá para testemunhar o que ajudaram a ciência a perceber. Muitas delas estiveram pela primeira vez em uma universidade.

A apresentação de Angélica também teve características bastante inusitadas para a cultura da UFV. Além da defesa ter sido aberta ao público, deste público ser formado por agricultoras e não apenas por colegas ou familiares, a banca examinadora também foi inteiramente feminina, assim como a orientadora, Profa. Dra. Irene Cardoso, e a co-orientadora, Profa. Dra. Cristine Mugler, ambas professoras do Departamento de Solos da UFV.

A dissertação teve como título Diálogos sobre os benefícios da natureza e suas relações com os solos: as especificidades dos olhares das mulheres agricultoras. Para realizar o trabalho, a mestranda usou ferramentas da etnopedologia, buscando identificar como produtoras e produtores rurais percebem os diferentes serviços ecossistêmicos relacionados aos solos, tais como a produção de alimentos e de plantas medicinas, manutenção da biodiversidade, regulação do ciclo de água, regulação do clima, ciclagem de nutrientes e regulação da erosão. Para Angélica, a agricultura que preconiza a produtividade a partir do uso de adubação química, agrotóxicos e mecanização desconsidera o saber dos agricultores tradicionais, dificultando a adoção de práticas sustentáveis.

Mas, segundo a autora, existem diferenças nas percepções dos homens e mulheres sobre os serviços ecossistêmicos relacionados ao solo. “A importância da terra para a produção dos alimentos e o conhecimento sobre as plantas medicinais está mais fortemente presente nas falas das mulheres do que dos homens”, disse a mestranda. O trabalho conclui ainda que as mulheres têm um papel fundamental na reconexão das agricultoras e dos agricultores com a natureza e com as práticas mais ecológicas.

“É nos ambientes de domínio das mulheres, tais como hortas e quintais, que as práticas de manejo de base ecológica são mais utilizadas nas propriedades. Em geral, as mulheres apresentam maior rejeição ao uso dos agrotóxicos, sobretudo nas hortas. A percepção de que terra e água são organismos vivos e dinâmicos é mais frequente nas falas das mulheres”, disse ela.

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