Notícia

Pessoas obesas podem não receber vitamina C suficiente

Fonte

Universidade de Otago

Data

quarta-feira, 17 julho 2024 10:55

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Um novo estudo internacional envolvendo a Universidade de Otago, na Nova Zelândia, descobriu que o nível inadequado de vitamina C está significativamente ligado ao aumento do peso corporal – aumentando as preocupações de saúde pública devido à crescente prevalência da obesidade em todo o mundo.

Os resultados, publicados na revista científica Critical Reviews in Food, Science and Nutrition, mostram que pessoas com maior peso necessitam de uma dose diária recomendada (RDA) substancialmente mais elevada da vitamina essencial para manter uma boa saúde, e que grande parte da população mundial não está coberta pela ingestões atuais recomendadas de vitamina C.

“Nossos dados sugerem que as atuais doses diárias recomendadas de vitamina C internacionalmente estão severamente subestimadas”, afirmou a pesquisadora principal, professora Dra. Anitra Carr, Diretora do Grupo de Pesquisa de Nutrição em Medicina do campus de Christchurch.

“As atuais doses diárias recomendadas internacionalmente de vitamina C para homens, mulheres e crianças são todas extrapoladas a partir de cálculos para um homem jovem e saudável, com 70 quilos, permitindo um desvio de 10% – uma diretriz que supostamente abrange 97,5% da população. ”, disse a professora Anitra Carr.

“É evidente que, com o aumento global do peso corporal, uma proporção substancial e crescente da população mundial já não está coberta por estas ingestões recomendadas.”

Aotearoa Nova Zelândia tem uma recomendação diária atual de vitamina C de 45 miligramas por dia, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Segundo a professora Dra. Anitra Carr, esta é atualmente uma das doses diárias recomendadas mais baixas do mundo.

Ela disse que essas novas descobertas estimam que são necessários 17 mg a 22 mg adicionais de vitamina C diariamente por cada 10 kg de peso corporal adicional para atingir níveis adequados de vitamina C, em comparação com um indivíduo de 70 kg.

“Sentimos que esta nova evidência destaca a necessidade de um conjunto atualizado de doses diárias recomendadas de vitamina C – tanto aqui como internacionalmente – para orientar futuras recomendações de saúde pública”, disse a pesquisadora.

O estudo, em coautoria com pesquisadores da Universidade de Copenhague e da Universidade de Aberdeen, analisou dois grandes conjuntos de dados internacionais – a Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos EUA (NHANES) de 2017-2018, compreendendo 2.828 adultos, e a Investigação Prospectiva Europeia de 1993-1997 sobre Estudo sobre Câncer (EPIC)-Norfolk, compreendendo 20.692 participantes.

Mostrou que apenas cerca de dois terços de ambas as coortes alcançaram uma concentração plasmática “adequada” de vitamina C consumindo a dose diária recomendada ou superior, enquanto apenas entre um terço e metade das coortes alcançaram um estado “adequado” com uma ingestão da RDA mais ou menos 10 por cento.

A investigação internacional sugere que a obesidade pode afetar a relação dose-concentração de vitamina C no organismo, como resultado de uma inflamação de baixo grau, que pode aumentar o stress oxidativo e um potencial aumento da renovação da vitamina C no organismo. A obesidade também é conhecida por aumentar o risco de diabetes tipo 2 e doença hepática gordurosa não alcoólica, ambas associadas a níveis mais baixos de vitamina C.

Os autores do estudo sugerem que a ingestão adicional de vitamina C pode ser facilmente alcançada através de dieta ou suplementos.

“Uma maçã de tamanho médio contém 10 miligramas de vitamina C, portanto, se você pesa de 70 a 80 kg, atingir a quantidade ideal de vitamina C que seu corpo precisa pode ser tão fácil quanto comer uma ou duas maçãs extras para dar ao seu corpo os 10  a 20 miligramas extras de vitamina C diária  de que necessita. Se você pesa mais do que isso, talvez uma laranja, que contém 70 miligramas de vitamina C, ou um kiwi com 100 miligramas, possa ser a solução mais fácil”, disse a professora Dra. Anitra Carr.

“Meu conselho para quem escolhe obter vitamina C de um multivitamínico é verificar as quantidades exatas de vitamina C por comprimido, pois algumas formulações multivitamínicas podem contê-la apenas em doses muito baixas.”

Ela diz que há evidências crescentes internacionalmente de que a vitamina C é vital para a prevenção de doenças.

“Embora a vitamina C tenha sido originalmente considerada útil apenas para a prevenção do escorbuto, há agora evidências convincentes de que níveis adequados da vitamina podem desempenhar um papel importante na redução do risco de doenças mais comuns, como doenças cardíacas e cancro.

“Outros estudos mostram que condições associadas à deficiência de vitamina C, como aumento do risco de infecção, má cicatrização de feridas, risco de depressão e fadiga, mostram uma prevalência aumentada com o aumento de peso”, disse a professora Dra. Anitra Carr.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Otago (em inglês).

Fonte: Universidade de Otago. Imagem: Freepik com adaptações.

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