Notícia

Pesquisa culminou no primeiro cultivar do gengibre no Brasil

O gengibre não é uma espécie nativa do Brasil, foi introduzida e, desde então, vem sendo cultivada em alguns estados, como São Paulo, Paraná e no Espírito Santo

Divulgação FAPES

Fonte

FAPES | Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo

Data

quarta-feira, 3 julho 2024 19:05

Áreas

Agricultura. Agronomia. Biotecnologia. Ciências Agrárias. Sustentabilidade

O Espírito Santo, maior produtor de gengibre do País, agora tem mais um motivo para se orgulhar: foi o primeiro a registrar o cultivar da especiaria no Brasil. Uma pesquisa sobre o melhoramento genético do gengibre teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), e identificou características sobre a morfologia, capacidade produtiva, diversidade genética e a qualidade dos rizomas. O estudo científico foi registrado no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que concedeu o certificado de registro do cultivar Imigrante.

A Dra. Ana Paula Berilli pesquisadora e professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) de Alegre,  coordenou o projeto com o tema ‘Plano de capacitação agrícola para preservação do patrimônio genético e socioeconômico dos produtores de Gengibre Capixaba’. Todo o recurso é proveniente do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec).

O Dr. Rodrigo Varejão, diretor-geral da Fapes,  afirmou que o cultivar Imigrante é o resultado de pesquisa científica madura conduzida pela pesquisadora Dra. Ana Paula Berilli, que se tornou uma ação de extensão aplicada aos produtores rurais, o que demonstra como a ciência está presente na vida da população.

“A partir deste estudo, os agricultores poderão se beneficiar do conhecimento produzido com reflexo na melhoria do cultivo e na redução de perdas na lavoura em função de doenças. Nestes 20 anos da Fapes, este é mais um caso de sucesso do dinheiro público bem investido, em parceria com nossas instituições acadêmicas, e a continuidade do fomento é fundamental para que outras experiências similares se desenvolvam em benefício dos capixabas”, disse o Dr. Rodrigo Varejão.

O ponto de partida da pesquisa foi uma demanda dos produtores da especiaria e da parceria com o produtor rural Alexandre Lemke Belz, que é o responsável (guardião) dos materiais genéticos. A coleta e caracterização de sete diferentes genótipos de gengibre do Espírito Santo foram realizadas pela professora e uma equipe de pesquisadores, com o intuito de promover a proteção e o resgate desse patrimônio genético. Além disso, foi implantada uma unidade experimental e aplicado um plano de ação para a capacitação técnica eficiente aos agricultores da região produtora de gengibre do Estado.

“Essa pesquisa é apoiada com os recursos do Programa Fortac do Ifes e da Fapes. Envolve a parceria com o Incaper, a Coopginger e as secretarias municipais de Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá. Importante ressaltar que este é um projeto que envolve ensino, pesquisa, extensão e inovação. O ensino está sendo desenvolvido, pois gerou resultado para uma dissertação do mestrado e seis projetos de iniciação científica; de pesquisa, pois, foi possível realizar a caracterização desses genótipos para produção de artigos científicos; de extensão, porque conta com a participação efetiva da comunidade e todas as etapas de condução foram realizadas junto aos agricultores parceiros, inclusive dentro de suas propriedades; e de inovação, pois aconteceu o registro do primeiro cultivar de gengibre a ser registrada no país”, afirmou a professora Ana Paula Berilli.

O que é um cultivar?

O gengibre não é uma espécie nativa do Brasil. Foi introduzida e, desde então, vem sendo cultivada em alguns estados, como São Paulo, Paraná e no Espírito Santo. No entanto, as lavouras vêm sendo formadas por mudas que ainda não tinham sido caracterizadas quanto ao seu potencial morfoagronômico, ou seja, não se conhecia suas características anatômicas, fisiológicas, genéticas e nem seu potencial produtivo.

Ter um cultivar registrado indica que houve um estudo amplo da planta, permitindo que a mesma seja cultivada comercialmente no País, pois já está caracterizada quanto aos seus atributos agronômicos. Quem concede esse registro é o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Acesse a notícia completa na página da FAPES.

Fonte: Samantha Nepomuceno e Gabriela Galvão – FAPES. Imagem: Divulgação FAPES

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