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‘Comer com os olhos’: relação entre culinária e cinema é abordada em livro
Baião de dois, bode guisado, goiabada com queijo, mangas frescas, tamales, carne de porco ’em puas’ e folhas de goiaba, cabritos, xinxim de galinha, arroz de coco, farofa de dendê, coxinhas, pastéis. Esses são alguns dos alimentos que recheiam o livro ‘Comer com os olhos: comida, cultura e cinema’, dos organizadores: Dra. Sabrina Sedlmayer, Dr. Rafael Climent-Espino, Dr. Luiz Eduardo Andrade, lançado recentemente pela Editora Autêntica.
Por meio da análise de filmes como Estômago (2007), A história da eternidade (2014), Viajo porque preciso, volto porque te amo (2009), A flor do meu segredo (1995), Tudo sobre minha mãe (1999), Volver (2006), O raio verde (1986), Xica da Silva (1976), pesquisadores do grupo multidisciplinar Sobre Alimentos e Literaturas (SAL) destrincham a relação cinema-culinária. Criado em 2015, na Faculdade de Letras da UFMG, o grupo tem como uma de suas atividades o CineSAL, que realiza mensalmente, desde 2021, debates com especialistas sobre estudos sensoriais e da alimentação. As falas nestes encontros resultaram na coletânea de textos que compõem o livro.
Da escassez à fartura
“Ao abrir o cardápio/sumário deste livro, o leitor vai se deparar com uma sorte de iguarias (…), mas também será arremessado para o avesso do banquete ao constatar como uma quantidade expressiva de filmes apresentam a escassez, a indigestão, como contraponto à fartura, e propõem a fome como estética e como política”, informa o material de divulgação.
Os organizadores, professores Dra.Sabrina Sedlmayer, da UFMG, Dr. Rafael Climent-Espino, da Baylor University, e Dr.Luiz Eduardo Andrade, da Universidade Federal de Alagoas, comentam: “O que percebemos, admirados, é o ineditismo e pioneirismo do gesto: a vertical análise da comida no cinema. Por meio de 11 textos oferecidos e postos à mesa, conhecemos culturas visuais específicas – asiáticas, europeias, latino-americanas, norte-americanas –, assim como reflexões sobre a forte imersão do cinema gastronômico nas últimas décadas e as inúmeras nuances que a comida fornece nesses filmes e em determinadas séries lançadas no contemporâneo formato de streaming.”
Os textos do livro ressaltam a importância do estudo do comer e beber em seus mais diversos aspectos e conotações. Como o homem é o único animal que cozinha, segundo observa o diretor de cinema brasileiro Marcos Jorge, muitos outros comportamentos unicamente humanos surgem desse ato. Transformar o cru em cozido, comer junto, fazer poesia e roteiros em lugares públicos, como cafés, são costumes explorados por Comer com os olhos que pretende, acima de tudo, “tirar a fome intelectual que muitos leitores têm do assunto para melhor entender os múltiplos papéis da comida no cinema.”
Acesse a notícia completa na página da UFMG.
Fonte: Beatriz Tito Borges, UFMG.
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