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Unesp: Popularidade dos alimentos ultraprocessados e os desafios de assegurar alimentação saudável para a população brasileira
Os alimentos ultraprocessados ocupam um lugar importante na rotina alimentar dos brasileiros. Motivadas pela facilidade de consumo e o baixo custo, muitas pessoas deixam de lado a comida in natura e dão preferência a estes alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras, e que passam por diversos processos industriais antes de chegarem à mesa. Porém, quando em excesso, a dieta a base de ultraprocessados implica problemas a saúde, entre eles a piora de doenças crônicas como hipertensão, câncer e diabetes.
No episódio do Prato do Dia, a Dra. Renata Cintra, Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp, doutora em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo e docente no Instituto de Biociências da Unesp, campus de Botucatu, explicou quais são os elementos que fazem um alimento ser considerado ultraprocessado, seus efeitos a curto e longo prazo e os impactos na saúde, enquanto discute também as orientações para uma rotina alimentar balanceada, as limitações socioeconômicas que incidem sobre boa parte da população brasileira e a importância de políticas públicas de incentivo à alimentação saudável.
Em 2010, o epidemiologista Dr. Carlos Augusto Monteiro observou um aumento do quadro de obesidade na população brasileira. Buscando entender a mudança, esquadrinhou as bases de dados do governo e constatou que, apesar de as pessoas estarem comprando menos sal, açúcar e gordura, crescia o consumo de alimentos industrializados cuja composição já apresentava estes ingredientes em abundância. Era a explosão dos ultraprocessados.
Biscoitos recheados, refrigerantes, macarrão instantâneo e salgadinhos. O que todos esses alimentos têm em comum? Sabor, preço e praticidade. Por um lado, eles não estimulam a sensação de saciedade. “[…] Eles são elaborados para que apresentem essa palatabilidade, esse sabor mais atraente do que outros alimentos que não são processados ou ultraprocessados. Eles nos trazem uma alta palatabilidade, um desejo, você tem uma sensação de recompensa no cérebro, para que a gente possa consumir cada vez mais e mais”, explicou a Dra. Renata Cintra. Por outro lado, como sua produção é mais barata, chegam às gôndolas a preços sensivelmente mais baixos. Tudo somado, é fácil entender o apelo que eles exercem sobre o estômago de tantas pessoas.
O fator custo, aliás, “é determinante nas escolhas alimentares” dos brasileiros. Para a docente, o fato de que o alimento in natura (aqueles obtidos diretamente de plantas ou animais e que não tenham sofrido nenhum tipo de processamento) seja hoje exponencialmente mais caro e demande mais tempo para ser preparado, a consequência prática é que a população de menor poder aquisitivo vê extremamente prejudicada sua margem para fazer escolhas na sua dieta.
O ideal é que o alimento in natura venha a se tornar mais presente nos pratos dos brasileiros. Nesse caso, além de benefícios à qualidade de vida da população, seria possível experimentar também impactos sociais positivos, em escala micro e macro. Ela cita como exemplo o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que determina que 30% da merenda das escolas deve provir do comércio local. “Isso favorece aquele meio, gera renda para aqueles produtores locais, reduz o uso de embalagens e diminui o custo ambiental”, argumentou a Dra. Renata Cintra.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da UNESP.
Fonte: Giovanna Novaes, Jornal da UNESP.
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