Notícia
Fungicida à base de óleos essenciais combate pragas da cultura de soja
Protótipos da tecnologia foram testados contra o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática
Divulgação Linax via Agência FAPESP
Fonte
Agência FAPESP
Data
quinta-feira, 28 setembro 2023 16:10
Áreas
Agricultura. Agronegócio. Agronomia. Biotecnologia. Ciências Agrárias. Saúde Pública. Sustentabilidade
Solução desenvolvida por startup apoiada pelo PIPE-FAPESP consiste em uma mistura de óleos extraídos de diferentes plantas encapsulada por polímeros naturais, que liberam a substância de forma lenta e prolongada
Pesquisadores da Linax, empresa com sede em Votuporanga, no interior de São Paulo, desenvolveram um fungicida à base de óleos essenciais, com baixo impacto ambiental e alto potencial econômico, contra pragas que acometem as culturas de soja no Brasil.
A solução, desenvolvida por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, consiste em uma mistura de óleos extraídos de diferentes plantas. A solução é encapsulada por polímeros naturais, que liberam a substância de forma lenta e prolongada, ampliando seu período de ação na lavoura e diminuindo o risco dessas pragas desenvolverem algum tipo de resistência ao produto.
Protótipos da tecnologia foram testados contra o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, uma das doenças mais severas que incidem na cultura da soja no país. O patógeno ataca as folhas da planta, afetando sua capacidade de realizar fotossíntese e de formar grãos saudáveis. Se não controlada adequadamente, chega a inviabilizar até 90% da plantação, gerando prejuízos que podem alcançar os bilhões de reais.
A solução desenvolvida pela Linax apresentou efeito equivalente ao dos fungicidas mais usados no combate dessa praga no Brasil. “A aplicação conjunta de metade da dose da nossa solução mais metade da dose dos fungicidas convencionais apresentou eficácia superior à dos convencionais aplicados de modo isolado”, contou o engenheiro agrônomo Dr. Nilson Borlina Maia, sócio-proprietário da Linax. “Isso significa que seria possível diminuir o uso dos fungicidas convencionais, que são nocivos à saúde humana, animal e ao meio ambiente, adicionando a eles uma dose da nossa solução à base de óleos essenciais”, avaliou o engenheiro.
A tecnologia resulta de uma parceria entre a Linax e o Grupo Santa Clara, empresa de insumos agrícolas com sede em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O grupo recentemente anunciou a incorporação da firma de Votuporanga à Santa Clara Agrociência, sua spin-off com foco em biodefensivos.
O fungicida da Linax deve ser lançado ainda este ano. Segundo o Dr. Nilson Maia, a empresa pretende usar a estratégia contra fungos que causam doenças em outras culturas.
Eles também trabalham em soluções ambientalmente sustentáveis para ampliar a eficácia de defensivos biológicos. “Estamos desenvolvendo um projeto com a Unesp [Universidade Estadual Paulista] para encapsular fungos e bactérias usados no controle de pragas e doenças que afetam as lavouras, de modo a protegê-los dos raios ultravioleta e aumentar sua viabilidade e eficácia”, afirma o engenheiro agrônomo.
Histórico de inovações
A Linax tem um amplo histórico de inovações baseadas em óleos essenciais e polímeros naturais, muitas delas desenvolvidas com apoio do PIPE e do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE), promovido pela FAPESP em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
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Fonte: Dr. Rodrigo de Oliveira Andrade, Agência FAPESP. Imagem: Divulgação Linax via Agência FAPESP.
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