Notícia
Pesquisa revela que a alimentação é o principal motor da enorme pegada ecológica da União Europeia
Um quarto dos alimentos consumidos nos 27 países da União Europeia (UE-27) provém de fora da região, o que evidencia a vulnerabilidade do sistema alimentar da UE
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Fonte
Universidade de Surrey
Data
domingo, 17 setembro 2023 17:50
Áreas
Agricultura. Agronomia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Ciências Agrárias. Nutrição Coletividades. Sustentabilidade
Uma nova pesquisa coordenada pelos cientistas de sustentabilidade da Global Footprint Network em colaboração com especialistas em sistemas alimentares publicou na revista científica Nature Food o artigo ‘A Pegada Ecológica da UE-27 foi impulsionada principalmente pelo consumo de alimentos e excedeu a biocapacidade regional de 2004 a 2014‘. A forma como os alimentos são fornecidos e consumidos pelos europeus representa a maior parte da sua Pegada Ecológica, cerca de 30%. O estudo aponta para a necessidade de conceber, implementar e aplicar políticas em cada fase da cadeia de abastecimento alimentar para avançar no sentido do Pacto Ecológico da UE e da estratégia do campo à mesa
Do campo à mesa, os sistemas alimentares geram muitas pressões sobre os ecossistemas, incluindo o uso e a alteração do uso da terra, o esgotamento e poluição da água, perda de biodiversidade e emissões de gases com efeito de estufa. “As pessoas na Europa estão a comer além das suas posses em termos de importações, emissões de carbono e utilização da terra e da água”, explicou a autora do artigo, professora Roberta Sonnino, do Centro para o Ambiente e Sustentabilidade e membro do Instituto para a Sustentabilidade da Universidade de Surrey, no Reino Unido. “A tendência para intervir quer do lado da oferta quer do lado da procura não está funcionando. Em vez disso, precisamos de uma abordagem sistemática para abordá-los em conjunto, bem como para analisar as políticas comerciais. Em vez de adotar uma abordagem dispersa, os governos nacionais devem implementar políticas alimentares holísticas baseadas em evidências – o tipo de evidências contidas nesta pesquisa”, afirmou a professora Roberta Sonnino.
A procura da humanidade por recursos biológicos e serviços ecossistêmicos excede em muito a capacidade do planeta para regenerar recursos biológicos e sequestrar emissões de dióxido de carbono, como demonstra a progressão do Dia da Sobrecarga da Terra. Da mesma forma, e segundo os dados analisados no estudo, a Pegada Ecológica dos residentes da UE-27 excedeu constantemente a biocapacidade da região e dependeu de recursos externos à região para satisfazer as exigências do estilo de vida da UE.
“O Pacto Ecológico da UE e a estratégia do Campo à Mesa posicionam a UE como líder global na transição para sistemas e sociedades alimentares mais sustentáveis. No entanto, como quase 25% da biocapacidade necessária para apoiar as dietas dos residentes da UE-27 são provenientes de países não pertencentes à UE, a nossa análise sugere que a aplicação exclusiva dos objetivos do campo à mesa ao setor agrícola nacional não será suficiente para cumprir o objetivo de descarbonização da UE e, em vez disso, transfere os impactos ambientais para países fora da UE”, afirmou o principal autor e coordenador da pesquisa, Dr. Alessandro Galli, Diretor para as Regiões do Mediterrâneo e MENA, Global Footprint Network.
“As mudanças do lado da oferta, por si só, são provavelmente insuficientes para tornar o sistema alimentar da UE-27 sustentável nos termos descritos pela Estratégia do Campo à Mesa. Incluindo perspectivas nutricionais e de sustentabilidade nas diretrizes dietéticas nacionais baseadas em alimentos, mudanças no consumo de alimentos e tendências comportamentais podem ser desencadeadas para o benefício da saúde planetária e humana”, elucidou a autora Dra. Marta Antonelli, Líder do Projeto de Sistemas Alimentares, Global Footprint Network.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Surrey (em inglês).
Fonte: Universidade Surrey. Imagem: Freepik.
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