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Pesquisadores da UNIFAL-MG criam tecnologia para facilitar a análise de metais tóxicos em amostras ambientais, biológicas e de alimentos
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) criou uma técnica inovadora para determinar a concentração de metais tóxicos em amostras ambientais, biológicas, ocupacionais e de alimentos. Chamada de DMSS-FAAS, a invenção permite melhorar a sensibilidade analítica em análises de metais por espectrometria de absorção atômica com chama em cerca de 270 vezes em relação ao sistema convencional.
A técnica, que envolve amostragem direta de sorvente magnético em espectrometria de absorção atômica com chama, é resultado de um projeto de pesquisa de doutorado e mestrado dos acadêmicos Lucimara Mendonça Costa e Fabrício Alves Borges, respectivamente, doutoranda e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da Unifal-MG.
Os acadêmicos desenvolveram o projeto sob a orientação dos professores, Dr. Eduardo Costa de Figueiredo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e a Dra. Giovana Lima Martins do Instituto de Química, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Conforme explicou o professor Eduardo Figueiredo, atualmente não existe nada que se compare à alta sensibilidade analítica da invenção, dada a sua capacidade de analisar níveis muito baixos de concentração de metais. “A inovação encontra-se na capacidade de inserir sorventes magnéticos sólidos diretamente na chama do equipamento de absorção atômica com chama”, explicou o pesquisador.
Para que essa manobra fosse possível, os pesquisadores empregaram uma sonda magnética que atrai o sorvente para uma de suas extremidades, que é então inserida na base da chama do espectrômetro. “Isso permitiu que todos os átomos extraídos fossem, de uma só vez, inseridos na chama do equipamento, o que promoveu um aumento de sensibilidade de cerca de 270 vezes em relação à análise pelo sistema convencional”, detalhou o professor.
A tecnologia pode ser aplicada para análise de metais, por exemplo, nas águas de lagos, de rios, de abastecimento, de esgoto, bem como em amostras de leite, sangue e sucos. “O kit DMSS-FAAS desenvolvido permite analisar metais com uma detectabilidade muito alta, empregando um equipamento comercial de baixo custo e baixa detectabilidade”, ressaltou o pesquisador.
Segundo o pesquisador, a tecnologia pode ser implementada por qualquer laboratório de análise química que disponha de um espectrômetro de absorção atômica com chama. O diferencial ficará por conta da aquisição do kit contendo as partículas de sorvente magnético, bem como as hastes magnéticas.
“O procedimento é simples, reprodutível e muito sensível permitindo a análises níveis muito baixos de concentração”, destaca, informando que diferentes metais podem ser analisados a partir do kit DMSS-FAAS, tais como chumbo, cádmio, cobre, zinco, manganês, cromo, cobalto, níquel, dentre outros.
Diante dos resultados, o grupo de pesquisa depositou uma patente e publicou artigos em revistas de alto fator de impacto. A partir de agora, a invenção busca por empresas interessadas em desenvolver e comercializar o protótipo.
Vale destacar que o projeto recebeu apoio da CAPES, CNPq e FAPEMIG para desenvolvimento.
Acesse a notícia completa na página da Unifal.
Fonte: Ana Carolina Araújo, Unifal
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