Destaque
Alternativas desenvolvidas pela Embrapa e disseminadas pela Emater-MG colaboram para manter Minas Gerais como maior produtor do tubérculo do país
Fonte
Emater-MG | Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais
Data
domingo, 14 maio 2023 17:10
Mandioquinha-salsa, batata-baroa, cenourinha amarela. Conhecida por diferentes nomenclaturas pelo país, esse tubérculo é apreciado pelo sabor marcante e as características nutricionais, já que é uma importante fonte de energia e vitaminas. Minas Gerais é o maior produtor do Brasil, segundo dados mais atuais divulgados pelo IBGE. O Estado produziu, em 2017, 28,6 mil toneladas, o que corresponde a mais de 55% da produção nacional.
Munhoz, no Sul de Minas, fica em uma região produtora importante, com clima propício, com altas altitudes e temperaturas amenas. O município produz cerca de 270 toneladas ano, em aproximadamente 15 hectares. É lá que fica a produção do agricultor Thiago Marquez, de 58 anos. Ele começou na atividade nos anos de 1990, mas por um longo período desistiu, em função do ataque de pragas e doenças. Em 2012, retornou à cultura, motivado pelo desenvolvimento de novas variedades pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mais produtivas e resistentes a pragas, que foram disseminadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
“Começaram a fazer umas reuniões, a propagar mudas como a Rúbia, Catarina, que eram boas, precoces”, conta. Mas as novas variedades não eram tão aceitas no mercado, por serem maiores, com mais marcas na pele e na massa. Foi então que iniciaram os testes com uma nova variedade Senador Amaral, menor, de pele mais lisa, preferida pelos consumidores, especialmente para a venda em bandeja.
Atualmente Thiago produz cerca de 1.800 caixas/ano, em 2,4 hectares de terra arrendada. A maior parte ainda é da variedade Rúbia, cerca de 90%. A Senador Amaral ocupa apenas 2% do terreno, mas ele já projeta um crescimento importante desta última. “Eu acredito que esse ano ela vai para 10%, porque o mercado pede, mas em produção a Rúbia ainda é melhor. Mas as pessoas comem com os olhos, querem só os bonitinhos”, comenta.
Comer com os olhos
O que Thiago chama atenção é para o desprezo do mercado com produtos que são de qualidade, mas muitas vezes não atendem a um “padrão de beleza” exigido para legumes, frutas e verduras. Das variedades de batata-baroa cultivadas em Munhoz, Rúbia, Catarina e Senador Amaral, a primeira é maior, arredondada, de melhor produtividade e mais resistente a pragas e doenças. A Catarina, embora produtiva e resistente é muito comprida para os padrões do mercado, o que a fazem preterida. Já a Senador Amaral, que para o produtor é menos produtiva e mais frágil em relação às pragas, é a que tem as características mais aceitas pelos consumidores.
Segundo Juary José Moreira técnico da Emater de Munhoz, outro aspecto que desestimula os consumidores são as eventuais marcas na pele da mandioquinha, que podem ser causadas, por exemplo, por nematoides. “Esse produto chega no mercado e o consumidor despreza, até o supermercado ter que trocá-lo. Isso gera uma reação em cadeia. Porque ele vai ser jogado fora e o produtor gastou dinheiro para produzir, tempo, água, diesel para a irrigação, recursos naturais. Sendo que as características nutricionais e de palatabilidade estavam intactas”, garante.
Juary Moreira reforça que este é um problema sério na agropecuária brasileira, o descarte de alimentos ainda apropriados para o consumo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), no âmbito mundial, entre um quarto e um terço dos alimentos produzidos anualmente para o consumo humano se perde ou é desperdiçado. Isso equivale a cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos. A FAO calcula que esses alimentos seriam suficientes para alimentar dois bilhões de pessoas.
As perdas se referem à diminuição da massa disponível de alimentos para o consumo humano nas fases de produção, pós-colheita, armazenamento e transporte. O desperdício de alimentos está relacionado com as perdas derivadas da decisão de descartar alimentos que ainda têm valor e se associa, principalmente, ao comportamento dos vendedores, serviços de venda de comida e consumidores.
Acesse a notícia completa na página da Emater-MG.
Fonte: Aline Louise, Assessoria de Comunicação – Emater-MG.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Nutrição e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Nutrição, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar