Notícia

Como a qualidade da dieta afeta a microbiota intestinal para promover a saúde

Fonte

Universidade de Illinois em Urbana-Champaign 

Data

sexta-feira, 5 maio 2023 14:45

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Sabemos que uma dieta saudável afeta o peso corporal, os níveis de colesterol e a saúde do coração. Um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos,  se concentra em outro componente: o papel da dieta no apoio a microbiota gastrointestinal saudável. Os pesquisadores concluíram que seguir as Diretrizes Dietéticas para Americanos (DGA) promove uma composição da microbiota intestinal que pode apoiar a saúde geral.

“Atualmente, não há definição de um microbioma ‘saudável’. Compreender como a dieta pode influenciar a estrutura da microbiota intestinal é importante para que possamos fazer recomendações sobre abordagens dietéticas”, disse Alexis Baldeon, estudante de doutorado na Divisão de Ciências Nutricionais (DNS), parte da Faculdade de Ciências Agrícolas, do Consumidor e Ambientais da U of I. Alex Baldeon é o principal autor do artigo, publicado no The Journal of Nutrition.

A microbiota consiste em trilhões de microrganismos que vivem no trato gastrointestinal. Eles contribuem para muitos processos fisiológicos, e uma microbiota intestinal diversificada pode promover resiliência a interrupções que podem contribuir para doenças.

Os pesquisadores analisaram dados do American Gut Project, um grande banco de dados colaborativo que inclui amostras fecais de milhares de indivíduos nos Estados Unidos. O estudo se concentrou em dados de um subconjunto de 432 indivíduos saudáveis divididos em três grupos de acordo com o quanto eles seguiram o Índice de Alimentação Saudável (IAS), que é baseado no DGA.

O grupo com a maior pontuação IAS total, indicando a maior conformidade com as DGA, apresentou a maior diversidade da microbiota intestinal, bem como uma maior presença de bactérias que contribuem com funções benéficas como a fermentação de fibras, disse Alexis Baldeon.

“A microbiota intestinal é muito boa em quebrar fibras, o que é importante porque os humanos não conseguem digerir fibras. Os participantes do estudo com uma dieta de maior qualidade apresentaram maior abundância de bactérias envolvidas no metabolismo das fibras”, observou o pesquisador.

Diretrizes dietéticas e recomendações de nutrientes historicamente não incluíram considerações para a microbiota. Mas isso pode mudar no futuro, disse a Dra. Hannah Holscher, professora associada do Departamento de Ciência de Alimentos e Nutrição Humana da U of I e coautora do estudo.

“Nosso trabalho fornece pistas para micróbios específicos que podem ser relevantes para monitorar a saúde da microbiota e a saúde geral”, disse a Dra. Hannah Holscher. “Atualmente, testar a composição do microbioma não faz parte de um exame físico padrão. Mesmo se você saísse e tivesse seu microbioma sequenciado hoje, seu médico ou nutricionista não seria capaz de lhe dar recomendações fortes e baseadas em evidências de seus resultados. Mas, à medida que entendemos mais sobre a interação entre dieta, microbiota e saúde, alguns micróbios intestinais podem se tornar alvos de nossas recomendações dietéticas. Assim como atualmente fazemos recomendações para reduzir o sódio para diminuir a pressão arterial ou reduzir a gordura saturada para diminuir o colesterol LDL, nosso objetivo é fazer recomendações dietéticas para nutrir os micróbios intestinais benéficos”.

A política de saúde também está começando a reconhecer a importância do microbioma intestinal, dizem os pesquisadores. De fato, o relatório científico da última DGA reconhece que as evidências dos estudos da microbiota alimentar devem ser consideradas em futuras recomendações dietéticas.

A Dra. Hannah Holscher e Alexis Baldeon observam que seu estudo apoia as recomendações atuais da DGA para uma dieta rica em frutas, vegetais e fibras. Seguir essas diretrizes, descritas no MyPlate, ainda é a melhor estratégia para sua saúde geral, incluindo a nutrição de seus micróbios intestinais.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (em inglês).

Fonte: Marianne Stein, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign.  Imagem: Freepik.

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