Notícia

Cortar feijão da dieta pode aumentar em 20% a chance de desenvolver obesidade

Estudo mostra que o consumo do grão é fator de proteção contra o excesso de peso

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

quarta-feira, 15 fevereiro 2023 20:45

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Funcional. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública. Segurança Alimentar

Nos últimos anos, o brasileiro tem abandonado, aos poucos, o hábito de comer feijão regularmente. E esse fator pode ter relação com o ganho de peso, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela nutricionista Dra. Fernanda Serra Granado, no Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG.

“O feijão é um marcador da qualidade nutricional da dieta e um símbolo da alimentação tradicional brasileira, além de ser elemento essencial, muitas vezes, para a segurança alimentar”, afirmou a Dra. Fernanda Serra, autora da tese ‘Tendência temporal no consumo alimentar tradicional de feijão no país e sua relação com o estado nutricional da população adulta brasileira’.

Na pesquisa, foram utilizadas informações do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).

Mediante entrevistas com aproximadamente 500 mil adultos, de 2009 a 2019, apurou-se que o grupo que não consumiu o produto teve 10% mais chances de desenvolver excesso de peso e 20% mais chances de obesidade. Por outro lado, o consumo regular de feijão, em cinco ou mais dias da semana, figura como fator de proteção contra o excesso de peso (14%) e a obesidade (15%).

A frequência de consumo semanal de feijão foi fragmentada em indicadores: não consumo (0 dias por semana), baixo consumo (uma ou duas vezes por semana), consumo moderado (três ou quatro vezes) e consumo regular (cinco a sete vezes).

Tendência

Outra linha da pesquisa identificou uma tendência: a previsão é de que, em 2025, o brasileiro, em geral, deixe de comer feijão de forma regular e tradicional. Na análise por sexo, constatou-se que, desde 2022, as mulheres comem feijão menos de cinco vezes por semana. No caso dos homens, a estimativa é de que isso passe a ocorrer em 2029.

De acordo com a Dra. Fernanda Serra, a substituição dos alimentos naturais ou minimamente processados por ultraprocessados modifica o perfil alimentar da população, provocando uma piora na qualidade da dieta. “A mudança de perfil alimentar se deve à praticidade que os ultraprocessados oferecem ao dia a dia. Pela falta de tempo, muitos optam por produtos prontos ou de fácil preparação”, avaliou a pesquisadora.

Acesse a notícia completa na página da UFMG.

Fonte: Eduarda Sperandio, Faculdade de Medicina da UFMG. Imagem: Pixabay.

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