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Pesquisa destaca perigo dos alimentos industrializados para crianças

Dados da pesquisa alertam para a necessidade de monitoramento da composição nutricional dos alimentos e de eventual reformulação dos seus valores, com redução do consumo de sal, açúcares e gorduras

Pexels

Fonte

UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Data

quinta-feira, 20 outubro 2022 15:25

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos . Engenharia de Alimentos. Nutrição Clínica. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

Quem costuma ir ao mercado já percebeu as inúmeras prateleiras repletas de produtos destinados à alimentação infantil. São purês, sopinhas, iogurtes, papinhas, biscoitos, enfim, uma variedade de opções que seduzem as mamães pela praticidade no preparo e pela qualidade nutricional que prometem. Mas, segundo a pesquisa ‘Nutritional adequacy of commercial food products targeted at 0-36-month-old children: a study in Brazil and Portugal‘, a maior parte desses alimentos industrializados pode prejudicar a saúde das crianças.

O estudo foi realizado por pesquisadores do Brasil e de Portugal, publicado na revista científica British Journal of Nutrition, e resulta da tese defendida na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação do Porto (FCNAUP-Portugal) pela  Dra. Célia Regina Barbosa, nutricionista servidora do Departamento de Nutrição (Dnut) do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRN). O trabalho buscou avaliar, nesses dois países, o valor nutricional de alimentos processados destinados a crianças de até três anos, tendo como referência o Modelo de Perfil Nutricional de Alimentos da Organização Panamericana de Saúde (Opas), que estabelece critérios de classificação para nutrientes considerados críticos como açúcar, sódio, gordura total e gordura saturada.

No total, foram avaliados 171 produtos alimentares, sendo 123 em Portugal e 48 no Brasil. Os dados da pesquisa mostram que boa parte desses alimentos não atendem aos parâmetros da Opas. Para se ter uma ideia, das 15 refeições à base de carne ou peixe disponíveis no Brasil, 60% ultrapassaram a quantidade de sódio e todas ultrapassaram a meta de gordura total. Em Portugal, 82% dos purês de fruta e vegetais e 67% dos sumos, batizados, chás e bebidas analizados ultrapassaram o nível de açúcar livre, enquanto a gordura saturada foi excessiva em todos os iogurtes avaliados.

Segundo a Dra. Célia Regina, os dados da pesquisa alertam para a necessidade de monitoramento da composição nutricional dos alimentos e de eventual reformulação dos seus valores, com redução do consumo de sal, açúcares e gorduras. “Grande parte dos alimentos industrializados destinados à faixa etária estudada possuem uma composição nutricional não saudável, ou seja, são desfavoráveis para a saúde das crianças”, disse a pesquisadora. Para ela, melhorar o perfil nutricional desses alimentos poderia permitir alcançar os objetivos globais da Organização Mundial de Saúde (OMS) relacionados à prevenção e ao controle da obesidade infantil e de doenças crônicas não transmissíveis como a diabetes e a hipertensão.

Dados dessa pesquisa também foram divulgados no Congresso Brasileiro de Nutrição (Conabran). O trabalho obteve o segundo lugar entre os classificados. Além da Dra. Célia Regina, participaram da realização desse estudo Dr. Pedro Moreira (orientador da pesquisa e professor da FCNAUP); Dra. Patrícia Padrão (coorientadora da pesquisa e professora da FCNAUP); Inês Lança de Morais (nutricionista da OMS); Dr. João Joaquim Breda (professor FCNAUP e conselheiro da OMS); Dra. Karla Danielly Ribeiro (professora do DNUT/CCS/UFRN);  Karini Freire da Rocha (K.F. Rocha – egressa do Programa Pós-graduação em Nutrição – PGNUT/CCS/UFRN); e Byanca Rodrigues Carneiro  (B.R. Carneiro – egressa do curso de graduação em Nutrição do CCS/UFRN).

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia na página da UFRN.

Fonte: Dr. Marcone Maffezzolli, UFRN. Imagem: Pexels.

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