Notícia
Simbiose entre derivados naturais pode ser a chave para restaurar o equilíbrio do organismo em doenças como diabetes tipo 2 e obesidade
Estudo com suplemento alimentar mostra que combinação entre componentes é mais eficaz que uso isolado

Wikimedia Commons
Fonte
Faculdade de Medicina - USP
Data
segunda-feira, 11 abril 2022 10:55
Áreas
Fitoterapia. Nutrição Clínica. Nutrição Funcional. Saúde Pública
Um novo artigo pré-clínico propondo o uso de suplemento contendo levedura, prebióticos, minerais e silimarina (derivado da planta Silybum marianum), mostra um efeito simbiótico entre as substâncias capaz de recuperar o equilíbrio glicêmico e lipídico, além de reduzir o acúmulo de gordura nas células do fígado e a resistência à insulina em um modelo de camundongos obesos.
O estudo é liderado pelo Laboratório de Produtos Derivados Naturais da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e foi publicado na revista científica Antioxidants.
“Acreditamos que essa melhora sistêmica começa através do intestino”, disse a pesquisadora Dra. Ana Flávia Marçal Pessoa, Coordenadora do Curso de Especialização em Fitoterapia e Plantas Medicinais da EEP-HCFMUSP e orientadora da pesquisa. “O intestino é o primeiro cérebro do nosso organismo, porque ele controla tudo o que será absorvido através da alimentação.”
Para que o intestino funcione corretamente, entretanto, é necessário que ele seja habitado por uma população de bactérias benéficas. A inclusão de prebióticos no suplemento estudado baseia-se na premissa de que eles estimulam uma microbiota saudável. “Em nossa teoria, isso é necessário para que o indivíduo retire todas as moléculas benéficas do fitoterápico”, disse a Dra. Ana Flávia.
Além dos prebióticos, o suplemento contém beta-glucano, uma fibra solúvel extraída, por exemplo, da aveia ou da cevada, embora o suplemento utilize a parede celular da levedura. “Ele vai estimular o sistema imune no intestino, que é o principal local de atuação desse sistema”, disse a pesquisadora.
Já a presença de três minerais, selênio, zinco e magnésio, cofatores extremamente importantes para o metabolismo, auxiliam, respectivamente, o sistema imune, o sistema antioxidante, e a transmissão nervosa e o metabolismo da glicose.
Por fim, a silimarina, um derivado natural, tem a função de não apenas melhorar o sistema hepático, como também de ajudar em casos de resistência à insulina, diminuindo a glicemia, ou quantidade de glicose no sangue.
Embora o uso isolado dos componentes da formulação tenha efeitos benéficos específicos em alguns dos parâmetros estudados, o ensaio pré-clínico mostrou que apenas a composição contendo todos os componentes foi capaz de recuperar a homeostase, ou estado de equilíbrio do organismo, devido à sua ação simbiótica entre os componentes.
“Algo muito importante de mencionar, é que utilizamos concentrações não medicamentosas, ou seja, baixa concentração de todos os elementos envolvidos”, explicou a pesquisadora Dra.Ana Flávia Marçal. “Fizemos uma composição inteligente, pensada em todas as etapas, desde a modulação da microbiota, até a melhor absorção do produto das bactérias e dos nutrientes ingeridos. Uma melhora sistêmica”, completou a pesquisadora.
A expectativa é que o suplemento integre uma nova categoria de nutracêuticos, compostos utilizados para suprir as necessidades do organismo com efeitos positivos em vários parâmetros. No caso do estudo, parâmetros como resistência à insulina, glicemia e esteatose hepática, relacionada à obesidade e a diabetes tipo 2.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Faculdade de Medicina-USP.
Fonte: Assessoria de Comunicação da FMUSP. Imagem: Wikimedia Commons.
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