Notícia

Pesquisa identifica 50 fungos amazônicos que podem ser usados como colorantes naturais

Os colorantes produzidos por micro-organismos podem apresentar atividade antimicrobiana, antioxidante, imunossupressora, antiviral, anticancerígena e auxiliar na redução dos níveis de colesterol

Fonte

Fapeam | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

Data

segunda-feira, 7 março 2022 15:30

Áreas

Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos

Um total de 50 fungos amazônicos apresenta potencial para produção de pigmentos naturais, que podem ser utilizados para coloração de alimentos, cosméticos e tecidos. Foi o que constatou uma pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeam), desenvolvida pelo doutor em Biotecnologia Industrial, Dr. João Vicente Braga, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

O estudo está em andamento e já analisou 200 fungos, coletados a partir de amostras de solo e serapilheira, que são materiais em decomposição encontrados na superfície de florestas. Desse total, 50 apresentam capacidade de coloração natural de baixa toxicidade.

“Esses fungos foram analisados em laboratório e avaliados alguns parâmetros físico-químicos, como pH, temperatura, exposição à luz, com o objetivo de entender todos os seus processos fisiológicos. No momento, esses fungos estão em fase de testes laboratoriais para tingimento de tecidos e aplicação em formulação de creme ou cosmético”, destacou o pesquisador Dr. João Vicente.

Segundo ele, os colorantes produzidos por micro-organismos podem apresentar atividade antimicrobiana, antioxidante, imunossupressora, antiviral, anticancerígena e auxiliar na redução dos níveis de colesterol. Além dos benefícios para a saúde humana, os pigmentos com origem nos fungos não são afetados por fenômenos climáticos, como a seca, por exemplo, diferente dos colorantes produzido a partir de vegetais, que apresentam limitações, principalmente quanto ao período e à época de cultivo de cada espécie.

Outro fator importante apontado pelo pesquisador para a utilização de colorantes naturais é a preservação ambiental, uma vez que os produtos com origem sintética utilizam diversas propriedades químicas tóxicas, que podem impactar na flora e fauna, causando degradação ao meio ambiente.

Em contrapartida, segundo o Dr. João Vicente, a Amazônia é um ambiente propício para o estudo de pigmentos naturais, em especial para os advindos de fungos, já que o clima quente e úmido da região favorece a diversidade de organismos fúngicos ainda desconhecidos.

“Entre os organismos que vivem na Amazônia estão os micro-organismos. Entre esses micro-organismos estão os fungos e, entre os fungos, estão aqueles que são capazes de produzir corantes. A temática da produção de pigmentos desse tipo tem sido muito abordada por pesquisas nos últimos anos, demonstrando que eles são, provavelmente, o próximo grupo a ser utilizados para extração de corantes”, ressaltou o doutor.

Parceria

O estudo que iniciou em 2019 reúne um time de pesquisadores formado por biólogos, biotecnólogos, farmacêuticos e engenheiros químicos do Inpa, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

“O financiamento da pesquisa com os recursos da Fapeam é fundamental para o alcance de bons resultados. O avanço na pesquisa só é possível com a ajuda financeira e a confiança depositada nos pesquisadores e nas instituições parceiras. Há anos a Fapeam financia e apoia a pesquisa no estado do Amazonas em diversas linhas, trazendo ótimos resultados e participando na geração de bioprodutos amazônicos com alto valor agregado”, comemorou.

Acesse a notícia completa na página da Fapeam.

Fonte: Tiago Auzier, Fapeam. Imagem: Dr. João Vicente Braga

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