Notícia

Crianças com sobrepeso estão desenvolvendo complicações cardíacas

Fonte

Universidade da Geórgia

Data

quarta-feira, 15 dezembro 2021 12:05

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Materno Infantil. Saúde Pública

A porcentagem de crianças e adolescentes obesos saltou de 19% antes da pandemia para 22%, de acordo com um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças [dos Estados Unidos]. E a taxa de aumento do índice de massa corporal (IMC) dobrou.

Uma nova pesquisa da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, sugere que isso pode significar más notícias para o sistema cardiovascular das crianças agora e no futuro.

Estudo publicado na revista científica Pediatric Obesity, mediu os níveis de gordura visceral abdominal e rigidez arterial em mais de 600 crianças, adolescentes e adultos jovens. A gordura visceral é a gordura encontrada no abdômen que se infiltra em órgãos vitais. A rigidez arterial força o sistema cardiovascular a trabalhar mais para bombear o sangue por todo o corpo.

Os pesquisadores descobriram níveis significativamente mais elevados de gordura visceral e rigidez arterial em jovens com excesso de peso, sugerindo que a gordura abdominal provavelmente contribui para problemas cardiovasculares em crianças.

“Quanto mais rígida a artéria, mais rápido o sangue vai se mover através dos vasos sanguíneos, e isso pode ser prejudicial e sobrecarregar nosso sistema. À medida que esses problemas aumentam, infelizmente, é uma espécie de jogo de dominó. Você tomba um deles e o resto dos sistemas começa a ficar sobrecarregado. É quando problemas de saúde realmente generalizados podem ocorrer”, disse o Dr. Joseph Kindler, autor correspondente do estudo e professor assistente de ciências nutricionais no College of Family and Consumer Sciences

Os estudos sobre os riscos cardiovasculares na juventude são limitados, mas os pesquisadores acreditam que as mudanças negativas no sistema cardiovascular que levam a doenças e ataques cardíacos provavelmente começam na infância e na adolescência.

“Queremos prevenir as doenças cardiovasculares. Queremos que as crianças vivam vidas fortes e saudáveis ​​até a idade adulta. Mas, para fazer isso, precisamos conhecer os fatores subjacentes que contribuem para os maus resultados de saúde para que possamos identificar onde nos direcionar, seja por meio de dieta, atividade física, sono ou alguma outra intervenção. A identificação é a chave e a intervenção é crítica”, disse o Dr. Kindler.

As artérias são mais rígidas em crianças com IMC alto

Os pesquisadores usaram uma tecnologia conhecida como absortometria de raios-X de energia dupla, ou DXA, para medir os níveis de gordura corporal em crianças.

É uma técnica comumente usada nas áreas de pesquisa óssea e hormonal. E está se tornando mais comum na pesquisa de gordura corporal porque fornece aos cientistas as mesmas informações que os exames tradicionais. Mas é mais rápido, menos caro e não requer grandes doses de radiação como outras varreduras.

Eles também mediram quanto tempo levou para o sangue dos participantes chegar da parte central do corpo aos membros inferiores, uma forma padrão de avaliar a rigidez arterial.

“Uma mensagem realmente importante para levar para casa é que a rigidez arterial, que predispõe as crianças a doenças cardiovasculares, parece ser mais pronunciada em indivíduos com IMC alto”, disse o Dr. Kindler.

Outra preocupação é que as crianças estão cada vez mais sendo diagnosticadas com diabetes tipo 2, uma condição observada anteriormente apenas em adultos. O excesso de peso é um grande fator de risco. Dos participantes do estudo, 145 foram diagnosticados com a doença.

“É uma condição muito generalizada e assustadora na juventude, ainda mais do que nos adultos. Muitos sistemas do corpo tendem a degradar-se a uma taxa mais acelerada se a doença ocorrer durante os anos de crescimento do que na idade adulta. Esta doença ataca o cérebro, os rins, os ossos, o fígado. Isso realmente aumenta a necessidade de compreender maneiras de prevenir doenças” completou o Dr. Kindler.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Geórgia (em inglês).

Fonte: Leigh Beeson, Universidade da Geórgia.  Imagem: Getty Images.

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