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Pesquisadores estudam oferta de alimentos e insegurança alimentar nos municípios gaúchos
Segundo os pesquisadores, houve uma redução do consumo de hortaliças, legumes, frutas, arroz, feijão e fibra e um aumento do consumo de trigo e açúcar pela população da Região Sul do Brasil
Enquanto o Rio Grande do Sul bate recorde de exportação no agronegócio, parte da população do Estado vive em situação de insegurança alimentar e nutricional. A conclusão é dos pesquisadores Alvori de Cristo, agrônomo, Mirian Fabiane Dickel Strate, doutoranda em Desenvolvimento Rural, e a Dra. Gabriela Coelho de Souza, professora do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFRGS. Eles têm se debruçado sobre as séries históricas do Censo Agropecuário e avaliado tendências das áreas agrária e agrícola para discutir o fenômeno.
“Há famílias gaúchas que vivem em zonas rurais e não têm terra para plantar e, muito menos, o alimento básico para garantir a sua segurança alimentar e nutricional”, explica a Dra. Coelho de Souza. Ela e os demais pesquisadores responsáveis pelo estudo integram o Observatório Socioambiental em Segurança Alimentar e Nutricional (Obssan), vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS.
Os dados da pesquisa, que ainda está em andamento, foram utilizados como base para a reportagem Monocultivos de soja e milho avançam no RS junto com a fome: “Se sobrar, a gente come”, do Brasil de Fato, publicada em agosto de 2021. A matéria evidencia a contradição existente entre o aumento da produção agrícola no Rio Grande do Sul e a redução da oferta diversificada de alimentos na Região Sul.
A pesquisa indica ainda que cerca de 40% da população gaúcha está localizada em municípios com condição insatisfatória de alimentos, incluindo a Região Metropolitana. O estudo considerou a produção e a oferta de sete grupos alimentares em cidades do RS: hortaliças, legumes e frutas, feijão, arroz, trigo, mandioca, batata e leite.
O trabalho também leva em consideração os indicadores de consumo da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE. Segundo os pesquisadores, houve uma redução do consumo de hortaliças, legumes, frutas, arroz, feijão e fibra e um aumento do consumo de trigo e açúcar pela população da Região Sul do Brasil. A conclusão foi obtida a partir de uma comparação feita entre os levantamentos de 2008/2009 e 2017/2018.
O estudo está sendo desenvolvido no âmbito do Observatório Socioambiental em Segurança Alimentar e Nutricional (Obssan), vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS.
Acesse a notícia completa na página da UFRGS.
Fonte: UFRGS.
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