Notícia
Pesquisadores da UFPB desenvolvem tapioca colorida rica em vitamina A
Pesquisa desenvolveu micropartícula de carotenoides, a partir do suco da cenoura, que foi aplicada à goma de mandioca, resultando, assim, em uma tapioca fortificada com carotenoides, que pode contribuir para a redução da deficiência em vitamina A
Divulgação, UFPB
Fonte
UFPB| Universidade Federal da Paraíba
Data
segunda-feira, 15 março 2021 09:25
Áreas
Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição Coletividades
Alimento típico nas regiões Norte e Nordeste, a tapioca se tornou popular na mesa de brasileiros de todo o país nos últimos anos, passando a integrar, inclusive, o cardápio da merenda escolar em várias instituições públicas de ensino. Mas como tornar essa iguaria, rica em amido, também rica em micronutrientes?
Foi buscando uma solução para essa pergunta que pesquisadores do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional (CTDR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram uma pesquisa que virou tema da tese de doutorado, defendida no último mês de fevereiro, da tecnóloga de alimentos Gisleania Parente, do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA/CTDR).
O intuito do estudo, dividido em três etapas, foi oferecer mais uma opção para a merenda nas escolas, com uma tapioca fortificada que chama mais a atenção do público infantil por ser colorida. A professora Dra. Ana Luiza Braga do PPGCTA e coorientadora da pesquisa, explicou que a ideia de tornar a tapioca mais nutritiva começou no CTDR em 2014, com projetos para fortificação de alimentos regionais.
Na época, o alimento foi enriquecido com micropartículas de ferro, elemento cujo déficit é comum em crianças em vulnerabilidade social, bem como o déficit de vitamina A. “A tapioca é um alimento que a criança consome e que tem amido, que absorve bem micronutrientes. Então fortificar as crianças por meio da merenda escolar é uma forma eficaz de compensar esse déficit de vitamina A”, explicou a professora.
A autora da tese contou que, inicialmente, foi realizado um estudo para caracterização da goma e das melhores condições de produção da goma da tapioca. Foi, então, proposta uma definição científica da tapioca e suas características, classificação que ainda não existia na literatura acadêmica.
Além da proposta inovadora da definição científica do que é tapioca, outro resultado inovador está relacionado ao estudo dos sistemas com alta concentração de amido. “Até hoje, ninguém no mundo, em termos de literatura científica, conseguiu estudar sistemas de amido com mais de 25% de amido, e nós fizemos isso com a tapioca, que tem entre 40 e 45% de amido”, acrescentou a Dra. Ana Luiza Braga.
Numa segunda etapa da pesquisa, que faz parte do programa de internacionalização do CTDR, ocorreu a caracterização da goma de tapioca, em parceria com a Universidade de Minessota, nos Estados Unidos, e com o Departamento de Engenharia de Materiais da UFPB, por meio do pesquisador Dr. Sandro Marden, que hoje preside a Agência UFPB de Cooperação Internacional.
Em uma terceira e última etapa da pesquisa, foi desenvolvida uma micropartícula de carotenoides (que se transformam em vitamina A), a partir do suco da cenoura, que foi aplicada à goma de mandioca, resultando, assim, em uma tapioca fortificada com carotenoides, que pode contribuir para a redução da deficiência em vitamina A. “O suco é perecível, então como estraga rápido, a indústria precisaria de espaço para armazenar esse suco. Então, foi transformado em pó, por meio de uma tecnologia aplicada que vai facilitar a produção em pequena escala”, explicou a pesquisadora e autora Gisleania Parente.
De cor alaranjada, a tapioca produzida na pesquisa não apresentou mudanças nas propriedades a que os consumidores estão acostumados. A textura e a elasticidade permaneceram iguais, mas a permanência do sabor característico não foi objeto de estudo da pesquisa.
Com o estudo, a intenção é tornar a produção de goma de mandioca fortificada uma tecnologia social que seja amplamente utilizada, não apenas por grandes indústrias mas também por pequenas empresas e cooperativas. De acordo com a autora, o estudo contribui para gerar redução de custos e do tempo na produção da tapioca, em virtude da utilização de menos água no processo de adição de água ao amido da mandioca.
Acesse a notícia completa na página da UFPB.
Fonte: Milena Dantas, Edição-Aline Lins, UFPB. Imagem: Divulgação, UFPB.
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