Notícia

Sangramento nas gengivas pode ser um sinal de falta de vitamina C na alimentação

Fonte

Universidade de Washington

Data

segunda-feira, 8 fevereiro 2021 15:25

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

Deficiência de vitamina C pode ser uma razão possível  para o sangramento nas gengivas”, disse o Dr. Philippe Hujoel, dentista e professor de ciências da saúde bucal na Universidade de Washington (UW), nos Estados Unidos, e principal autor de um estudo publicado na revista científica Nutrition Reviews.

O Dr. Hujoel analisou estudos publicados de 15 ensaios clínicos em seis países, envolvendo 1.140 participantes predominantemente saudáveis, e dados de 8.210 residentes dos EUA entrevistados no Center for Disease Control and Prevention’s Health and Nutrition Examination Survey. Os resultados mostraram que o sangramento das gengivas na sondagem mais superficial, ou tendência ao sangramento gengival, e também sangramento nos olhos, ou hemorragia retiniana, estavam associados a baixos níveis de vitamina C na corrente sanguínea. E os pesquisadores descobriram que o aumento da ingestão diária de vitamina C nas pessoas com baixos níveis plasmáticos de vitamina C ajudou a reverter esses problemas de sangramento.

De potencial relevância, disse o Dr. Hujoel, que também é professor adjunto de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da UW, tanto a tendência a sangramento gengival quanto a sangramento de retina podem ser um sinal de problema geral no sistema microvascular de uma pessoa, de tendência a sangramento microvascular no cérebro, coração e rins.

O estudo não implica que a reversão bem-sucedida de uma tendência aumentada de sangramento gengival com vitamina C irá prevenir derrames ou outros resultados graves para a saúde, enfatiza o Dr. Hujoel. No entanto, os resultados sugerem que as recomendações de vitamina C projetadas principalmente para proteger contra o escorbuto – uma doença mortal causada por níveis extremamente baixos de vitamina C – são muito baixas, e que uma ingestão tão baixa de vitamina C pode levar a uma tendência a sangramento, o que não deveria ser tratada com fio dental.

Consequentemente, o Dr. Hujoel recomenda que as pessoas fiquem de olho na ingestão de vitamina C por meio da incorporação de alimentos não processados, como couve, pimentão ou kiwis, em sua dieta e, se você não conseguir encontrar alimentos saborosos ricos em vitamina C, considere um suplemento de cerca de 100 a 200 miligramas por dia.

Se alguém está em uma dieta especial, como uma dieta paleo, é importante que verifique sua ingestão de vitamina C, reforçou o Dr. Hujoel. “Frutas ricas em vitamina C, como kiwis ou laranjas, são ricas em açúcar e, portanto, normalmente eliminadas de uma dieta baixa em carboidratos.”

Evitar certos alimentos pode levar a uma ingestão de vitamina C muito baixa e associada a um aumento da tendência ao sangramento. Pessoas que comem exclusivamente carnes magras e evitam vísceras, as carnes orgânicas ricas em vitaminas, podem correr um risco particularmente alto de uma ingestão baixa de vitamina C.

A associação entre sangramento gengival e níveis de vitamina C foi reconhecida há mais de 30 anos. No entanto, essa conexão de alguma forma se perdeu nos diálogos odontológicos sobre sangramento nas gengivas.

“Houve um tempo no passado em que o sangramento gengival era geralmente considerado um marcador potencial para a falta de vitamina C. Mas, com o passar do tempo, isso foi abafado ou marginalizado por essa atenção excessiva para tratar o sintoma de sangramento com escovação ou uso do fio dental, em vez de tratar a causa ”, disse o Dr. Hujoel.

A revisão da literatura do Dr. Hujoel também determinou que “hemorragia retinal e derrames cerebrais estão associados ao aumento da tendência de sangramento gengival e que a suplementação de (vitamina C) reverte o sangramento retinal associado a níveis plasmáticos baixos de (vitamina C)”.

Portanto, perder a possível conexão entre sangramento gengival e baixos níveis de vitamina C pode ter consequências graves para a saúde.

Os autores do estudo escrevem: “A prescrição padrão de higiene oral e outras intervenções periodontais para ‘tratar’ patologias microvasculares, mesmo que parcialmente eficaz na reversão do sangramento gengival, conforme sugerido nesta meta-análise, é arriscada porque não aborda qualquer morbidade potencial e mortalidade associada às patologias microvasculares sistêmicas ”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Washington (em inglês).

Fonte: Jake Ellison, Universidade de Washington.  Imagem: Pixabay, arte.

 

 

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