Notícia
Alimentos ricos em ômega-3 podem melhorar o prognóstico pós ataque cardíaco
Os efeitos complementares do consumo de ômega-3 marinho e vegetal na dieta de pacientes com risco de doença cardiovascular podem ser uma estratégia para melhorar a qualidade de vida e o prognóstico em caso de ataque cardíaco
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Fonte
Instituto de Pesquisas Médicas do Hospital del Mar
Data
terça-feira, 27 outubro 2020 11:10
Áreas
Nutrição Clínica. Saúde Pública
Uma equipe de pesquisadores do Hospital e Instituto de Pesquisa Germans Trias i Pujol (IGTP) e do Instituto de Pesquisas Médicas do Hospital del Mar, na Espanha, demonstrou que o consumo regular de alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, de origem animal e vegetal, fortalece as membranas do coração e ajuda a melhorar o prognóstico em caso de infarto do miocárdio.
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores analisaram dados de 950 pacientes. Os níveis de ômega-3 no sangue desses indivíduos foram determinados quando foram internados no hospital para tratamento do ataque cardíaco. Essa medida indica, com muita precisão, a quantidade dessas gorduras que os pacientes consumiram nas semanas anteriores à coleta, ou seja, antes do ataque cardíaco. Os pacientes foram monitorados por três anos após a alta e os pesquisadores observaram que níveis elevados de ômega-3 no sangue, no momento do infarto, que que retratam consumos nas semanas anteriores ao ataque cardíaco, estavam associados a um menor risco de complicações. Os resultados do estudoforam publicados na revista científica Journal of the American College of Cardiology.
Os benefícios dos ácidos graxos ômega-3
O ácido eicosapentaenoico (EPA) é um tipo de ácido graxo ômega-3 encontrado em peixes oleosos (salmão, sardinha, atum, arenque). Quando nos alimentamos com peixes oleosos regularmente, o EPA é incorporado aos fosfolipídios nas membranas dos cardiomiócitos (células musculares que compõem o músculo cardíaco), protegendo-os de uma ampla variedade de estressores cardíacos. Este enriquecimento das membranas miocárdicas limita os danos causados em caso de ataque cardíaco.
A grande novidade deste estudo é que também se concentrou em outro ácido graxo ômega-3, de origem vegetal, conhecido como ácido alfa-linolênico (ALA). Essa gordura, que é encontrada nas nozes, bem como na soja e seus derivados, é muito menos estudada do que os ômega-3 marinhos. Os pesquisadores observaram que o EPA e o ALA não competem, mas são complementares um ao outro. Enquanto altos níveis de EPA estão associados a um menor risco de readmissão hospitalar por causas cardiovasculares, níveis mais altos de ALA estão associados a um risco reduzido de óbito.
“Incorporar ômega-3 marinho e vegetal na dieta de pacientes com risco de doença cardiovascular é uma estratégia integrativa para melhorar a qualidade de vida e o prognóstico se eles sofrerem um ataque cardíaco”, concluiu o pesquisador Dr. Antoni Bayés, diretor clínico de Cardiologia do IGTP.
O Dr. Aleix Sala, pesquisador do Hospital del Mar e responsável pelos exames de sangue, afirmou: “O estudo é importante porque destaca os efeitos complementares (e não competitivos) dos dois tipos de ômega-3.”
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia na página do Instituto de Pesquisa Médica do Hospital del Mar (em inglês)
Fonte: Rosa Manaut e Marta Calsina, Instituto de Pesquisas Médicas do Hospital del Mar. Imagem: Freepik.
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