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Estudo ressalta conexão intestino-cérebro e mostra que hormônio da fome pode afetar a memória

Fonte

Universidade do Sul da Califórnia

Data

quarta-feira, 14 outubro 2020 14:50

Áreas

Nutrição Clínica. Saúde Pública

O hormônio que influencia quando e com que frequência os animais comem também parece afetar a memória, descobriram os pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos. O estudo foi publicado na revista científica Current Biology.

Animais e seres humanos têm o hormônio grelina no estômago. Este hormônio é responsável pela sensação de fome e ajuda a regular o metabolismo, mas os pesquisadores nunca souberam ao certo como funciona.

Para aprender mais sobre como o hormônio influencia a fome, o metabolismo e a memória, a equipe de pesquisadores da USC, juntamente com outros pesquisadores internacionais, realizaram um estudo em camundongos. Eles interromperam a capacidade do hormônio grelina de se comunicar com o nervo vago, que envia sinais do intestino para o cérebro, e então monitoraram o impacto na alimentação e no comportamento cognitivo.

Os camundongos não estavam ansiosos, mas começaram a comer com mais frequência, disse o Dr. Scott Kanoski, líder do estudo e professor de Ciências Biológicas da USC.

A falta de sinalização da grelina para o nervo vago “não só interrompeu a regulação da glicose no sangue dos animais, como também fez com que ganhassem mais peso. Mas não parecia que estava afetando a quantidade de comida que eles ingeriam. Em vez disso, eles aumentaram a frequência de alimentação de modo que consumiram mais refeições e compensaram isso reduzindo o tamanho das refeições”, disse o pesquisador.

“Achamos que o aumento da frequência alimentar está relacionado ao comprometimento da memória. A memória de quando você comeu pela última vez influenciará quando você comerá novamente. Isso levou os animais em nosso estudo a comer com intervalo de tempo menor”, completou o pesquisador.

Como o hormônio da fome grelina afeta a memória

Embora os camundongos fossem capazes de se lembrar de onde haviam conseguido comida, eles pareciam ter esquecido que haviam acabado de comer. Seus estômagos também demoraram mais para esvaziar.

“Os animais foram prejudicados em um certo tipo de memória, chamada memória episódica. Esse é o tipo de memória que ajuda você a se lembrar do seu primeiro dia de aula, ou do que você comeu ontem no café da manhã”, disse a Dra. Elizabeth Davis, coautora do estudo.

A Dra. Elisabeth Davis disse que os cientistas estão tentando aprender mais sobre a sinalização da grelina através do nervo vago porque isso pode ajudar os pesquisadores a desenvolver melhores terapias para doenças relacionadas ao metabolismo, como obesidade e diabetes ou outras doenças metabólicas, bem como epilepsia e doença de Alzheimer.

No entanto, “muitas pesquisas adicionais serão necessárias para descobrir como a manipulação da sinalização da grelina através do nervo vago pode ser valiosa na medicina humana”, concluiu a Dra. Elisabeth Davis.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade do Sul da Califórnia (em inglês).

Fonte: Emily Gersema, Universidade do Sul da Califórnia. Imagem: Freepik.

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