Notícia

Hidratação pode afetar a função cognitiva em idosos

Fonte

Universidade Estadual da Pensilvânia

Data

segunda-feira, 13 janeiro 2020 10:05

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Não ingerir a quantidade de água necessária é suficiente para uma pessoa se sentir lenta e com dor de cabeça, mas um novo estudo da Universidade Estadual da Pensilvânia (PennState), nos Estados Unidos, sugere que isso também pode estar relacionado ao desempenho cognitivo.

Pesquisadores investigaram se os níveis de hidratação e a ingestão de água entre os idosos estavam relacionados às suas pontuações em vários testes projetados para medir a função cognitiva. Eles descobriram que, entre as mulheres, níveis mais baixos de hidratação foram associados a pontuações mais baixas em uma tarefa realizada para medir a velocidade motora, atenção e memória de trabalho. Os pesquisadores não encontraram o mesmo resultado para os homens.

Os resultados foram publicados na revista científica European Journal of Nutrition.

“O estudo nos dá pistas sobre como a hidratação e os hábitos de consumo se relacionam com a cognição em adultos mais velhos”, disse a Dra. Hilary Bethancourt, pós-doutorada em saúde bio-comportamental e primeira autora do estudo. “Isso é importante porque os adultos mais velhos já enfrentam um risco aumentado de declínio cognitivo com o avanço da idade e, com frequência, têm menos probabilidade do que os adultos mais jovens de atender às recomendações diárias sobre a ingestão de água”.

O Dr. Asher Rosinger,  professor da PennState, disse que foram encontrados resultados semelhantes quando os participantes estavam superidratados.

“Descobrimos uma tendência sugerindo que a hiperidratação pode ser tão prejudicial ao desempenho cognitivo quanto a desidratação para adultos mais velhos”, disse o Dr. Rosinger, que também dirige o Laboratório de Água, Saúde e Nutrição e foi o autor sênior do estudo. “Por isso, estar no [que seria o] ponto ideal da hidratação parece ser o melhor para a função cognitiva, especialmente para tarefas que exigem atenção contínua.”

Segundo os pesquisadores, os cientistas suspeitam há muito tempo que a desidratação pode afetar o desempenho cognitivo. No entanto, estudos anteriores se concentraram em pessoas jovens e saudáveis ​​que ficam desidratadas após o exercício físico ou quando expostas ao calor.

A Dra. Hilary Bethancourt disse que, como exercícios e temperaturas ambiente e corporal elevadas podem ter efeitos próprios e independentes na cognição, ela e os demais pesquisadores estavam interessados ​​nos efeitos do estado de hidratação diário na ausência de exercícios ou estresse térmico, especialmente entre adultos mais velhos.

“À medida que envelhecemos, nossas reservas de água diminuem devido à redução da massa muscular, nossos rins se tornam menos eficazes na retenção de água e os sinais hormonais que provocam sede e motivam a ingestão de água ficam insensíveis”, disse a Dra. Bethancourt. “Portanto, sentimos que era particularmente importante observar o desempenho cognitivo em relação ao estado de hidratação e ingestão de água entre os adultos mais velhos, que podem estar desidratados regularmente”.

Para o estudo, os pesquisadores usaram dados de uma amostra nacionalmente representativa de 1271 mulheres e 1235 homens com 60 anos de idade ou mais. Os dados foram coletados pela Pesquisa sobre Nutrição e Exame em Saúde. Os participantes forneceram amostras de sangue e foram questionados sobre todos os alimentos e bebidas consumidos no dia anterior. Os pesquisadores calcularam o status de hidratação com base nas concentrações de sódio, potássio, glicose e nitrogênio da ureia no sangue dos participantes. A ingestão total de água foi medida como o líquido e a umidade combinados de todas as bebidas e alimentos.

Os participantes também concluíram três tarefas projetadas para medir diferentes aspectos da cognição, com as duas primeiras medindo recordação verbal e fluência verbal, respectivamente. Uma tarefa final mediu a velocidade de processamento, atenção sustentada e memória de trabalho. Os participantes receberam uma lista de símbolos, cada um com um número entre um e nove.  Receberam também uma lista de números de um a nove em ordem aleatória e foram solicitados a desenhar o símbolo correspondente para o maior número possível de números em dois minutos.

O Dr. Rosinger disse que os resultados sugerem que os adultos mais velhos devem prestar muita atenção ao seu estado de hidratação, consumindo líquidos suficientes para evitar a desidratação e garantindo um equilíbrio eletrolítico adequado para evitar a hiperidratação.

“Como os adultos mais velhos podem não necessariamente sentir sede quando seu corpo está atingindo um estado de desidratação e podem tomar diuréticos que podem aumentar a excreção de sal, é importante que os adultos mais velhos e seus médicos entendam melhor os sintomas de estarem sub e hiperidratados. ”, concluiu o Dr. Rosinger.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade Estadual da Pensilvânia (em inglês).

Fonte: Katie Bohn, Universidade da Pensilvânia. Imagem: Freepik.

 

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