Notícia
Substituir carne vermelha por proteínas vegetais saudáveis diminui o risco de doença cardíaca
Pesquisadores descobriram que dietas mais ricas em fontes de proteínas vegetais de alta qualidade, como leguminosas, soja e nozes, resultaram em níveis mais baixos de colesterol total e LDL
Pixabay
Fonte
Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard
Data
quarta-feira, 10 abril 2019 15:30
Áreas
Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública
Dietas que substituíram a carne vermelha por proteínas vegetais saudáveis levaram à diminuição dos fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV), de acordo com um novo estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard e da Universidade Purdue, nos Estados Unidos.
O estudo, publicado na revista científica Circulation, é a primeira meta-análise de ensaios clínicos randomizados controlados sobre os efeitos da carne vermelha sobre a saúde, substituindo-a por outros tipos específicos de alimentos.
“Achados prévios de ensaios clínicos randomizados que avaliaram os efeitos da carne vermelha sobre os fatores de risco para doenças cardiovasculares foram inconsistentes. Mas nosso estudo, que faz comparações específicas entre dietas ricas em carne vermelha versus dietas ricas em outros tipos de alimentos, mostra que a substituição de carne vermelha por fontes proteicas de alta qualidade leva a mudanças mais favoráveis nos fatores de risco cardiovascular ”, disse a Dra. Marta Guasch-Ferré, pesquisadora do Departamento de Nutrição da Universidade Harvard e principal autora do estudo.
O estudo incluiu dados de 36 ensaios clínicos randomizados envolvendo 1.803 participantes. Os pesquisadores compararam pessoas que consumiram dietas com carne vermelha com pessoas que comiam outros tipos de alimentos (frango, peixe, carboidratos ou proteínas vegetais, como legumes, soja ou nozes), observando as concentrações sanguíneas de colesterol, triglicerídeos, lipoproteínas e pressão arterial – todos os fatores de risco para DCV.
O estudo descobriu que quando as dietas com carne vermelha foram comparadas com os outros tipos de dietas combinadas, não houve diferenças significativas no colesterol total, lipoproteínas ou pressão arterial, embora dietas com carne vermelha levaram a maiores concentrações de triglicerídeos do que as dietas comparadas. No entanto, os pesquisadores descobriram que dietas mais ricas em fontes de proteína vegetais de alta qualidade, como leguminosas, soja e nozes, resultaram em níveis mais baixos de colesterol total e LDL (“colesterol ruim”) em comparação com dietas com carne vermelha.
Os resultados são consistentes com estudos epidemiológicos de longo prazo que mostram menores riscos de ataques cardíacos quando nozes e outras fontes vegetais de proteína são comparadas à carne vermelha, disseram os autores. Os resultados também sugerem que as inconsistências encontradas em estudos anteriores sobre os efeitos da carne vermelha nos fatores de risco cardiovascular podem ser devidas, em parte, à composição da dieta de comparação. Eles recomendaram que estudos futuros levem em consideração comparações específicas.
“Perguntar se a carne vermelha é boa ou ruim é inútil”, disse o Dr. Meir Stampfer, professor de epidemiologia e nutrição e também autor do estudo. ” A pergunta tem que ser em comparação com o quê? “Se você substituir hambúrgueres por biscoitos ou batatas fritas, você não ficará mais saudável. Mas se você substituir a carne vermelha por fontes saudáveis de proteína vegetal, como nozes e feijões, terá um benefício para a saúde”, destaca o especialista.
Os autores recomendaram a adesão a dietas vegetarianas saudáveis e ao estilo mediterrâneo, tanto por seus benefícios para a saúde como por promover a sustentabilidade ambiental.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Harvard (em inglês).
Fonte: Chris Sweeney, Universidade Harvard. Imagem: Pixabay.
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