Notícia
Dieta materna durante a gravidez pode influenciar os sintomas de TDAH durante a infância
Estudo encontrou associação entre a relação ômega-6: ômega-3 no cordão umbilical e o aparecimento de sintomas de TDAH em crianças
Pixabay
Fonte
ISGlobal | Instituto de Saúde Global de Barcelona
Data
quinta-feira, 4 abril 2019 11:50
Áreas
Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades
Resultados de um estudo liderado por uma equipe do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), na Espanha, sugerem que o risco de uma criança desenvolver sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) pode ter ligação com a dieta materna durante a gravidez. O estudo, publicado na revista científica Journal of Pediatrics, analisou amostras de plasma do cordão umbilical para quantificar os níveis de ômega-6 e ômega-3 que atingem o feto. A análise estatística mostrou que uma maior relação ômega-6: ômega-3 estava associada a um maior risco de sintomas de TDAH aos sete anos de idade.
O ômega-6 e o ômega-3 são ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa que desempenham um papel importante na função e na estrutura do sistema nervoso central, particularmente durante os últimos estágios da gestação. Estes dois ácidos competem pela incorporação nas membranas celulares e são obtidos principalmente através da dieta. Como o ômega-6 e o ômega-3 têm funções fisiológicas opostas, o primeiro promove estados sistêmicos pró-inflamatórios, enquanto o segundo promove estados anti-inflamatórios, é importante uma ingestão equilibrada desses dois ácidos graxos. Pesquisas anteriores mostraram que as crianças com sintomas de TDAH têm uma maior relação ômega-6: ômega-3.
Os pesquisadores estudaram dados de 600 crianças de quatro regiões espanholas (Astúrias, País Basco, Catalunha e Valência) que participam do projeto INMA. Eles analisaram amostras de plasma de cordão umbilical e dados de questionários preenchidos pelas mães das crianças. Os sintomas de TDAH foram avaliados por meio de dois questionários padrão: o primeiro preenchido pelos professores das crianças aos quatro anos de idade e o segundo pelos pais aos sete anos de idade.
Os resultados da pesquisa mostram que para cada aumento de um ponto na relação ômega-6: ômega-3 encontrada em amostras de cordão umbilical, o número de sintomas de TDAH aos sete anos de idade aumentou em 13%. O estudo avaliou tanto o diagnóstico clínico de TDAH (seis sintomas pelo menos) quanto o número de sintomas presentes mesmo em casos que não foram suficientes para atender aos critérios de diagnósticos. A relação dos dois ácidos graxos foi associada ao número de sintomas de TDAH, mas não ao diagnóstico do transtorno, e somente ao exame realizado aos sete anos de idade. Os autores sugerem que a avaliação realizada aos quatro anos de idade pode ter sido afetada por um atraso no neurodesenvolvimento dentro da faixa normal.
“Nossos resultados estão de acordo com estudos anteriores, que estabeleceram relação entre a proporção de ômega-6 e ômega-3 nas mães e vários efeitos no neurodesenvolvimento da criança “, conclui a Dra. Monica Lopez-Vicente, pesquisadora do ISGlobal.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do ISGlobal (em espanhol).
Fonte: ISGlobal. Imagem: Pixabay.
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