Notícia

Dieta pobre em açúcares adicionados pode melhorar a doença hepática gordurosa em crianças

Estudo clínico randomizado descobriu que uma dieta baixa em açúcares livres resultou em melhora significativa da DHGNA em comparação com uma dieta habitual

Divulgação

Fonte

Universidade Emory

Data

quarta-feira, 30 janeiro 2019 13:40

Áreas

Nutrição Clínica

Um estudo clínico randomizado realizado com meninos adolescentes portadores de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) descobriu que uma dieta baixa em açúcares livres (aqueles açúcares adicionados a alimentos e bebidas e presentes naturalmente em sucos de frutas) resultou em melhora significativa da doença em comparação com uma dieta habitual.

O estudo foi conduzido na Faculdade de Medicina da Universidade Emory e na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), ambas nos Estados Unidos, e publicado na revista científica JAMA. A pesquisa foi conduzida pela Dra Miriam Vos, professora de pediatria da Universidade Emory e pelo Dr. Jeffrey B. Schwimmer,  professor de pediatria clínica na UCSD.

A DHGNA é a doença hepática mais comum em crianças, aumentou significativamente de 1988 a 2010 e está associada ao aumento do risco de diabetes tipo 2, doença hepática terminal, câncer hepático e doença cardiovascular. Portanto, seu diagnóstico e tratamento imediato são importantes para a saúde em longo prazo.

“Embora as diretrizes pediátricas para o tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica recomendem uma dieta saudável, a redução de alimentos e bebidas açucarados erai um tratamento não comprovado”, diz a Dra. Vos. “Nossos resultados mostram que, se uma criança com DHGNA consome uma quantidade muito baixa de açúcares em sua dieta, tanto a gordura quanto a inflamação no fígado melhoram. Estamos entusiasmados com os resultados altamente significativos, mas também percebemos que será necessário um estudo mais longo para entender se a redução de açúcar é suficiente para “curar” a DHGNA ”, explica a especialista.

O estudo clínico, realizado de agosto de 2015 a julho de 2017, incluiu 40 meninos com idades entre 11 e 16 anos com DHGNA, sendo 95% hispânicos. Os participantes foram randomizados em dois grupos. Metade dos meninos, juntamente com suas famílias, receberam uma dieta baixa em açúcares livres (menos de três por cento da ingestão calórica diária) e metade ingeriu suas dietas habituais. A adesão à dieta foi avaliada duas vezes na semana por telefone. Os meninos com uma dieta reduzida de açúcar livre tiveram uma redução na DHGNA de 25% para 17%, enquanto os meninos com a dieta habitual tiveram uma redução na DHGNA de 21% para 20%. A redução de açúcares livres na dieta envolve a diminuição da glicose, frutose e sacarose comumente consumidas em alimentos e bebidas açucarados e em sucos de frutas naturalmente doces.

O desfecho primário medido foi a mudança na esteatose hepática, estimada por ressonância magnética com a fração de gordura definida pela densidade de prótons – um método preciso e de última geração para quantificar os lipídios no fígado. Doze desfechos secundários também foram medidos, com vários deles também tendo mudanças significativas. A diminuição no nível de alanina aminotransferase (usado para medir as enzimas hepáticas e função hepática) foi significativamente maior para o grupo da dieta de intervenção do que para o grupo de dieta habitual, e a diminuição dos níveis de colesterol foi significativamente maior no grupo de intervenção. Além disso, a adesão à dieta foi alta, com 18 de 20 participantes / famílias relatando ingestão de menos de três por cento das calorias de açúcar livre durante o estudo. Não houve eventos adversos relacionados à participação no estudo.

Os autores observam que mais estudos serão necessários para demonstrar os benefícios clínicos de longo prazo em meninas e meninos e em todas as etnias, e para resolver os desafios da implementação de uma dieta com pouco açúcar adicionado para pacientes na prática clínica.

Acesse a notícia na página da Universidade Emory ( em inglês).

Fonte: Holly Korschun, Universidade Emory.  Imagem: Divulgação.

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