Notícia
Resíduos da laranja rendem extrato para proteção cardiovascular
Pesquisadora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) obtém concentrado a partir de enzima derivada de microrganismo
Antonio Scarpinetti, Jornal da Unicamp
Fonte
Jornal da UNICAMP | Universidade Estadual de Campinas
Data
quinta-feira, 22 novembro 2018 14:45
Áreas
Agronegócio. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos
O Brasil é o maior produtor mundial de laranja, com uma média de 17 milhões de toneladas nas últimas cinco safras. E, na indústria do suco, quase 50% das laranjas resultam em resíduos (casca, bagaço, sementes), em parte reaproveitados como subprodutos, para enriquecer de fibras a ração animal, por exemplo, mas em sua maioria descartados no meio ambiente. A valorização destes resíduos agroindustriais, através da transformação dos fenólicos neles presentes para aumentar seu potencial bioativo no combate a radicais livres, é o objetivo de uma linha de pesquisa do Laboratório de Bioprocessos do Departamento de Alimentação e Nutrição (Depan), da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp.
Dentro desta linha, Dra.Amanda Roggia Ruviaro acaba de defender uma tese de doutorado em que submeteu os resíduos da laranja a diferentes processos enzimáticos para aumentar a extração e alterar o perfil dos fenólicos, promovendo maior atividade antioxidante e de proteção cardiovascular. Os extratos obtidos nestes processos mostraram-se capazes de induzir o relaxamento arterial mesmo na presença de disfunção endotelial (na camada interior do vaso sanguíneo) ou em situações de estresse oxidativo vascular. A pesquisa foi orientada pela professora Dra. Gabriela Alves Macedo, com a parceria do professor Dr. Edson Antunes, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).
“O foco do projeto de doutorado em doenças cardiovasculares se deve ao fato de que elas são a principal causa de óbito no mundo, levando à morte 17 milhões de pessoas por ano”, justifica a Dra. Amanda Ruviaro, que é farmacêutica por formação e mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. “A ideia foi produzir e avaliar extratos com potencial de relaxamento vascular, podendo contribuir para o tratamento de doenças vasculares, como hipertensão e doença vascular periférica”.
A autora da tese trabalhou com a enzima tanase, que foi produzida a partir de um microrganismo dentro Laboratório de Bioprocessos; já com registro de patente pela Agência de Inovação Inova Unicamp, a tanase vem servindo a outras pesquisas visando potencializar a bioatividade de compostos fenólicos. “A alternativa que propomos para reaproveitar a grande massa de resíduos agroindustriais é a biotransformação enzimática, por meio da qual conseguimos aumentar o potencial bioativo de subprodutos como da laranja: o potencial antioxidante, anti-obesogênico (já descrito por outra pesquisadora do grupo) e, no caso do meu projeto, na proteção cardiovascular.”
Acesse a notícia completa na página do Jornal da UNICAMP.
Fonte: Luiz Sugimoto, Jornal da Unicamp. Imagem: Antonio Scarpinetti, Jornal da Unicamp.
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