Notícia

Dieta rica em nutrientes pode ajudar os pacientes com insuficiência cardíaca

Fonte

Associação Americana de Cardiologia

Data

quinta-feira, 6 setembro 2018 12:20

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Esportiva. Nutrição Funcional

Pesquisadores que investigaram deficiências nutricionais descobriram que pessoas com insuficiência cardíaca que não têm sete ou mais micronutrientes tinham quase o dobro do risco de óbito ou de serem hospitalizadas do que aquelas que não tinham nenhuma ou apenas algumas deficiências. O estudo, liderado pela Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos,  foi publicado na revista científica Journal of American Heart Association.

“Isso estabelece a importância da nutrição e por que ela realmente tem que se tornar uma prioridade maior quando se trata de insuficiência cardíaca”, disse o Dr. Terry Lennie, da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Kentucky. “As deficiências nutricionais realmente podem colocar os pacientes em risco.”

O estudo examinou dados de 246 pacientes recrutados em três clínicas de insuficiência cardíaca na Geórgia, Indiana e Kentucky. Os pacientes mantinham diários detalhados de tudo o que comiam e bebiam durante quatro dias consecutivos.

Pesquisadores avaliaram a ingestão de dezessete micronutrientes – onze vitaminas e seis minerais – dos diários alimentares. Eles também monitoraram os pacientes todos os meses no ano seguinte. O estudo constatou que 44% dos pacientes com deficiências em sete ou mais micronutrientes foram hospitalizados ou morreram no ano, em comparação com 25% dos pacientes que não tinham deficiências ou apenas algumas. O cálcio foi o micronutriente mais comum nas deficiências das dietas dos pacientes, seguido pelo magnésio, vitaminas D e E, zinco e vitamina C.

Uma razão para a falta desses micronutrientes pode ser a “monotonia da dieta”, ou a tendência de consumir os mesmos alimentos todos os dias, em vez de incorporar variedade nas refeições. O estudo constatou que muitos pacientes consumiram os mesmos alimentos por várias refeições durante os quatro dias do diário alimentar. Os adultos mais velhos são mais vulneráveis ​​a esse hábito “devido a uma diminuição na motivação para consumir alimentos variados”, disse o estudo. A idade média dos pacientes foi de 61 anos.

A maioria dos participantes estava com sobrepeso ou obesidade, dissipando a noção de uma ligação entre o peso de uma pessoa e as deficiências nutricionais. “Quando vemos pessoas com excesso de peso, as pessoas tendem a pensar que estão bem nutridas e que só precisamos nos preocupar com as pessoas que estão abaixo do peso no que diz respeito à nutrição”, disse o Dr. Lennie. “Mas não encontramos relação entre o índice de massa corporal dos pacientes e se eles tinham ou não deficiências nutricionais”.

O Dr. Frank Hu disse que o uso de diários alimentares de quatro dias ajudou a capturar os padrões dietéticos dos pacientes. Mas o Dr. Hu,  do departamento de Nutrição da Universidade de Harvard, disse que gostaria de ter visto um estudo muito mais abrangente. O Dr. Hu, que não esteve envolvido na pesquisa, disse que as descobertas demonstram o papel que dietas completas e variadas podem desempenhar na manutenção de pacientes com insuficiência cardíaca. Ele observou que o estudo não abordou se um único nutriente desempenhou um papel mais importante do que outros. Em vez disso, analisou a saúde alimentar geral.

Acesse a notícia completa na página da American Heart Association News (em inglês).

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Fonte: American Heart Association News. Imagem: American Heart Association News.

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