Notícia
Mandioca vira embalagem biodegradável e inspira projeto que leva ideia a escolas públicas
Compartilhando a ideia de sustentabilidade
Igor Medeiros, 4toques comunicação, UNESP
Fonte
UNESP | Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Data
terça-feira, 22 janeiro 2019 09:10
Áreas
Ciência e Tecnologia de Alimentos . Engenharia de Alimentos
A textura é de um isopor e o gosto lembra um biscoito de polvilho (mas não tem finalidade de ser comida). Coisa de maluco? Não na cabeça do pesquisador Dr. Humberto Pupo. A empresa dele, residente na Incubadora de Botucatu, chega a produzir 20 mil bioembalagens por mês. Numa máquina especialmente desenvolvida para isso, uma biomassa feita a partir da fécula da mandioca, água e outros resíduos naturais [cana e bambu] é superaquecida e ganha a forma de bandejas e pratos.
O grande diferencial deste tipo de material está no impacto positivo que traz ao meio ambiente. Enquanto o isopor e o plástico demoram centenas de anos para se decompor e ainda agridem a natureza, a bioembalagem desaparece em semanas em contato com o solo. Se colocada em água corrente, chega a se dissolver totalmente em questão de minutos.
Como a fécula de mandioca é uma fonte natural renovável e abundante no Brasil, esta bioembalagem pode servir como compostagem [adubo orgânico para jardins e hortas] e também como ração animal após a sua utilização. Além disso, possuem toxicidade nula ao solo e à água.
A tecnologia foi desenvolvida há cerca de 20 anos, dentro do Centro de Raízes e Amidos Tropicais (Cerat) da Unesp em Botucatu e só alguns anos atrás obteve as autorizações necessárias para ser comercializada. Atualmente, tal produto já tem sido demandado por algumas empresas que trabalham com frutas ou hortaliças orgânicas. E a expectativa é que, no futuro, as bioembalagens possam ser vistas em grande escala, quem sabe como prato de merenda servida nas escolas ou até nas prateleiras dos supermercados.
“Produzir uma bioembalagem como a nossa logicamente custa pouco mais caro que uma embalagem de isopor ou plástico convencional. Questão de centavos. Mas claro que é possível ser mais competitivo. Tudo depende da demanda e incentivos neste tipo de tecnologia. Estamos confiantes neste mercado”, garante o Dr. Humberto Pupo. “O mundo hoje está mostrando os grandes problemas dos resíduos. O intuito não é simplesmente vender os produtos. Quero conscientizar as pessoas”, complementa o empreendedor.
Alternativa sustentável
Mais que uma ideia de negócio, as bioembalagens têm potencial de repactuar a maneira como o ser humano enxerga a sustentabilidade. Afinal, são mais de 7,6 bilhões de pessoas no planeta. Só no Brasil são 60 milhões de toneladas de lixo e aproximadamente 20% de todo esse lixo é composto por embalagens plásticas, a maioria delas utilizada só uma vez antes do descarte.
Preocupado com a questão do lixo, o professor Dr. Mário de Oliveira Neto, do Departamento de Física e Biofísica do Instituto de Biociências da Unesp Botucatu, iniciou há cerca de dois anos, em parceria com a empresa de Humberto, um projeto chamado “Bioembalagens – Uma alternativa sustentável”, vinculado diretamente à Pró-Reitoria de Extensão Universitária (Proex).
Acesse a notícia completa na página da UNESP.
Fonte: Agência 4Toques, UNESP. Imagem: Igor Medeiros, 4toques comunicação, UNESP.
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