Notícia

Cafeína pode limitar ganho de peso

Pesquisadores descobriram, em estudo com camundongos,  que a cafeína limita o ganho de peso e a produção de colesterol, mesmo com uma dieta rica em gordura e açúcar

Pixabay

Fonte

Universidade de Illinois em Urbana-Champaign 

Data

segunda-feira, 6 janeiro 2020 09:15

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Nutrição Funcional

Estudo em camundongos sugere que a cafeína pode compensar alguns dos efeitos negativos de uma dieta obesogênica, reduzindo o armazenamento de lipídeos nas células adiposas e limitando o ganho de peso e a produção de triglicerídeos.

Pesquisadores da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, descobriram que camundongos que consumiram a cafeína extraída do chá mate tiveram 16% menos peso e 22% menos gordura corporal do que camundongos que consumiram chá mate descafeinado. Os efeitos foram semelhantes com a cafeína sintética e a extraída do café.

O chá mate é uma bebida à base de plantas, rica em fitoquímicos, flavonoides e aminoácidos. De acordo com o estudo, a quantidade de cafeína por porção no chá mate varia de 65 a 130 miligramas, em comparação com 30 a 300 miligramas de cafeína em uma xícara de café.

Durante quatro semanas, os animais tiveram uma dieta com 40% de gordura, 45% de carboidratos e 15% de proteínas. Eles também ingeriram cafeína em uma quantidade equivalente à de um ser humano que bebe quatro xícaras de café por dia.

No final do período de quatro semanas, a porcentagem de massa corporal magra nos vários grupos de camundongos diferiu significativamente. Os camundongos que ingeriram cafeína do chá mate, café ou de fontes sintéticas acumularam menos gordura corporal do que os camundongos dos outros grupos.

O estudo, publicado na revista científica Journal of Functional Foods, contribui para um crescente número de pesquisas que sugere que o chá mate pode ajudar a combater a obesidade, além de fornecer outros efeitos benéficos à saúde, associados aos compostos fenólicos, vitaminas e flavonoides que ele contém.

“Considerando as descobertas, o chá mate e a cafeína podem ser considerados agentes anti-obesidade. Os resultados dessa pesquisa podem ser dimensionados para os seres humanos para entender os papéis do chá mate e da cafeína como estratégias potenciais para prevenir sobrepeso e obesidade, bem como os subsequentes distúrbios metabólicos associados a essas condições”, disse a Dra. Elvira Gonzalez de Mejia, coautora do estudo e diretora da divisão de ciências nutricionais da Universidade de Illinois.

Segundo o estudo, nos camundongos, o acúmulo de lipídios nos adipócitos foi significativamente associado ao maior ganho de peso corporal e aumento de gordura corporal.

Para determinar o mecanismo de ação, os cientistas realizaram estudos de cultura de células nos quais expuseram células adiposas dos animais à cafeína sintética ou aos extratos de cafeína do café ou mate. Eles descobriram que, independentemente de sua fonte, a cafeína diminuiu o acúmulo de lipídeos nas células adiposas em 20% a 41%.

Os pesquisadores também acompanharam a expressão de vários genes associados à obesidade e ao metabolismo lipídico. Estes incluíam o gene da ácidos graxos sintase (Fasn), um composto enzimático envolvido na síntese de ácidos graxos a partir da glicose; e o gene da lipoproteína lipase (Lpl), que codifica uma enzima que quebra os triglicerídeos.

Todos os tratamentos com cafeína, independentemente da origem, reduziram significativamente a expressão dos genes Fasn e Lpl. Nas culturas celulares, a expressão de Fasn diminuiu de 31% a 39%, enquanto a expressão de Lpl diminuiu de 51% a 69% entre as células tratadas com cafeína sintética ou a cafeína do chá mate ou café.

Segundo os pesquisadores, nos camundongos que consumiram a cafeína do chá mate, a expressão de Fasn diminuiu 39% no tecido adiposo e 37% no fígado. A expressão diminuída de Fasn e outros dois genes no fígado provocou menor produção de colesterol de lipoproteínas de baixa densidade e triglicerídeos.

“O consumo de cafeína do chá mate ou de outras fontes aliviou o impacto negativo de uma dieta rica em gordura e alta sucrose na composição corporal, devido à modulação de certas enzimas lipogênicas no tecido adiposo e no fígado. A expressão diminuída de Fasn e Lpl trouxe menor síntese e acúmulo de triglicerídeos no tecido adiposo”, concluiu a Dra. Elvira Mejia.

Acesse o artigo científico completo (em inglês)

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Illinois (em inglês).

Fonte: Sharita Forrest, Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. Imagem: Pixabay.

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