Notícia
Benefícios da amamentação podem durar a vida inteira
Pesquisa mostra que transferência da imunidade das mães para os bebês através da amamentação pode ser de longo prazo, além do período de amamentação
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Fonte
Universidade da Cidade do Cabo
Data
sábado, 1 junho 2019 11:45
Áreas
Nutrição Materno Infantil
Mães podem transferir proteção ao longo da vida contra infecções para seus bebês através da amamentação, diz novo estudo de equipe internacional de cientistas liderados por pesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo (UCT), na África do Sul.
Anteriormente, pensava-se que a imunidade contra doenças fosse transmitida das mães para as crianças apenas durante o período em que eram amamentadas, sendo que essa proteção terminaria quando a amamentação fosse interrompida. Também se pensou que essa imunidade fosse transferida por proteínas da mãe, como anticorpos usados pelo sistema imunológico para neutralizar bactérias e vírus.
No entanto, pesquisa publicada na revista científica Science Advances descobriu que a transferência de imunidade pode ser de longo prazo, além do período de amamentação. O estudo também mostrou que essa proteção é impulsionada pela transferência de células do sistema imunológico e é completamente independente de anticorpos.
Proteção ao longo da vida
A pesquisa descobriu que camundongos recém-nascidos amamentados pela mãe com infecção por vermes antes de engravidar adquiriram proteção vitalícia contra essa doença. Surpreendentemente, esse efeito foi transmitido aos bebês pelas células do leite materno e não por proteínas, como anticorpos. Essas células transferidas forneceram proteção contra a infecção por vermes no filho.
O Dr. William Horsnell, do Instituto de Doenças Infecciosas e Moleculares e da Divisão de Imunologia da UCT, disse: “A transferência imune da mãe para o bebê através da amamentação é uma fonte muito importante de proteção contra infecções precoces. Até onde sabemos, esta é a primeira demonstração de que a infecção antes da gravidez pode transferir imunidade celular ao longo da vida para bebês. O trabalho mostra que a exposição a uma infecção antes da gravidez pode levar a mãe a transferir benefícios imunológicos em longo prazo para seus filhos. Isso é notável e acrescenta uma nova dimensão à nossa compreensão de como a mãe pode influenciar nossa saúde”.
Estratégias de Vacinas
O Dr. Adam Cunningham, professor de Imunidade Funcional da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e co-diretor da Rede BactiVac, que trabalha na linha de pesquisa para aceleração do desenvolvimento de vacinas bacterianas em uma tentativa de prevenir infecções, acrescentou: “Estamos particularmente interessados em como estas descobertas podem ajudar a desenvolver estratégias de vacinas maternas que forneçam proteção em longo prazo às crianças. Este trabalho mostra que a exposição materna a uma infecção pode alterar permanentemente a imunidade da prole. Atualmente, a vacinação de mães para proteger crianças contra infecções é muito importante para aumentar a proteção contra infecções em recém-nascidos, no entanto essa proteção é considerada transitória. Nosso trabalho mostra que esse efeito também pode ser permanente. Isso poderia levar à concepção de novas vacinas a serem oferecidas às mães para transferir a imunidade em longo prazo para seus filhos”.
O professor Dr. Kai-Michael Toellner, também do Instituto de Imunologia e Imunoterapia da Universidade de Birmingham, acrescentou: “Esperamos que esta pesquisa leve a investigações sobre como a exposição materna a patógenos antes da gravidez pode influenciar a saúde infantil”.
A pesquisa foi realizada em colaboração entre a Universidade da Cidade do Cabo e a Universidade de Liège , na Bélgica, Universidade de Birmingham e Universidade de Cardiff, no Reino Unido, Universidade de Washington, nos Estados Unidos, Universidade de Mainz, na Alemanha, e o Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia na África do Sul . Foi financiado por Marie Skłodowska-Curie, a Fundação Nacional de Pesquisa (África do Sul) e a Universidade da Cidade do Cabo.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Cidade do Cabo (em inglês).
Fonte: Universidade da Cidade do Cabo. Imagem: Freepik.
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