Notícia

Suplementação com de óleo de peixe pelas mães não previne doença pulmonar em prematuros

Fonte

Universidade de Montreal e Universidade Laval

Data

terça-feira, 28 julho 2020 11:35

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Materno Infantil

O consumo de suplemento de óleo de peixe chamado ácido docosahexaenóico (DHA), um ácido graxo ômega-3, pelas mães que amamentam é ineficaz na prevenção da displasia broncopulmonar (DBP) em bebês prematuros nascidos antes da 29ª semana de gravidez.

Esta é a principal conclusão de um estudo canadense publicado na revista científica Journal of American Medical Association (JAMA).

“A displasia broncopulmonar é uma doença pulmonar inflamatória crônica que afeta metade dos prematuros, causando dificuldades respiratórias significativas que podem torná-los dependentes de ventiladores e oxigênio por meses. Bebês com displasia broncopulmonar estão em maior risco de deficiências no neurodesenvolvimento, problemas respiratórios e, em casos raros, morte””, explicou a principal autora do estudo, Dra. Isabelle Marc, pediatra e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Laval, no Canadá

O estudo foi realizado com 461 mulheres que deram à luz recentemente antes da 29ª semana de gravidez. As participantes, todas amamentando, foram divididas aleatoriamente em dois grupos: um grupo que tomou um suplemento diário contendo 1,2 g de DHA e o outro que tomou uma pílula de placebo.

“Quando atingiram 36 semanas de desenvolvimento, não encontramos melhora na condição respiratória de prematuros cuja mãe havia tomado suplementos de DHA. A ingestão de suplementos de DHA pelas mães para prevenir displasia broncopulmonar em bebês muito prematuros não pode ser recomendada neste momento”, acrescentou o Dr. Pascal Lavoie, pesquisador, neonatologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. “Seria preferível que as mães adquirissem esse ômega-3 com uma dieta equilibrada contendo peixes e outros alimentos ricos em ômega-3”, destacou a Dra. Isabelle.

“Tivemos uma forte lógica para a hipótese de que o suplemento de DHA dado a mães que amamentam melhoraria a sobrevivência de seus bebês sem desenvolver doença DBP. Mas não foi isso que foi encontrado. A suplementação de DHA às mães não melhorou a sobrevida de bebês muito prematuros com DBP. Isso mostra novamente a importância de realizar estudos grandes e bem conduzidos para validar questões que tenham uma forte justificativa – em outras palavras, que pareçam muito lógicas – antes de fazer recomendações de saúde ao público”, explicou a Dra. Anne Monique Nuyt, médica neonatologista do Hospital Universitário Sainte-Justine da Universidade de Montreal e coautora do estudo.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Montreal (em inglês).

Fonte: Universidade Laval e Jeff Heinrich, da Universidade de Montreal.  Imagem: Freepik.

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