Notícia

Pesquisas na UniRio visam alternativas para a alimentação humana

Várias áreas da ciência relacionadas à saúde, alimentação, nutrição, tecnologias e sustentabilidade vêm se dedicando ao estudo dos compostos bioativos em alimentos funcionais para a promoção da melhoria da qualidade nutricional dos alimentos

Pixabay

Fonte

Faperj | Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

Data

sexta-feira, 28 maio 2021 06:10

Áreas

Agronomia. Biotecnologia. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Engenharia de Alimentos. Nutrição Coletividades. Nutrição Funcional

Estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que o desafio futuro das economias será alimentar a população mundial, que deverá atingir  10 bilhões de pessoas em 2050. Para atender à crescente demanda por alimentos frente ao aumento da população mundial, não basta o emprego de tecnologias de ponta e o aumento da produtividade das lavouras. Dados do Banco Mundial mostram que a proporção de terras agricultáveis em 1960 era de 38 hectares por pessoa, frente a uma população de 3 bilhões de habitantes. Em 2019, com a população mundial de 7,6 bilhões, essa relação caiu para 19,6 hectares por pessoa.

Especialistas acreditam que para vencer esse desafio é necessário um modelo que priorize não só a produção, mas também a utilização de alimentos orientadas pelo conhecimento científico acerca dos recursos biológicos disponíveis, bioprocessos e princípios inovadores que forneçam, de forma sustentável, alternativas para a alimentação humana. Várias áreas da ciência relacionadas à saúde, alimentação, nutrição, tecnologias e sustentabilidade vêm se dedicando ao estudo dos compostos bioativos em alimentos funcionais para a promoção da melhoria da qualidade nutricional dos alimentos. Isso porque fibras alimentares, antioxidantes, peptídeos, probióticos, isoflavonas, entre outros, são capazes de prevenir e reduzir o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, além de promoverem o aumento da imunidade.

A docente Dra. Mariana Simões Larraz Ferreira do Departamento de Ciência de Alimentos da Escola de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição (PPGAN) da universidade,  vem se dedicando ao estudo sobre alimentos funcionais, liderando ou colaborando com diferentes grupos de pesquisa. Dentre os diversos núcleos e laboratórios da UniRio, ela integra o Núcleo de Bioquímica Nutricional, onde coordena o Laboratório de Cromatografia e o Laboratório de Química e Composição de Alimentos. Suas duas principais linhas de pesquisa se inserem no contexto da Bioeconomia, com a temática da “Valorização de resíduos agroindustriais para o desenvolvimento de biomateriais e de ingredientes para alimentos” e “Análise proteômica e metabolômica de alimentos, coprodutos e resíduos”, estudos desenvolvidos com apoio de diversos programas de fomento à pesquisa da Faperj.

Formada em Engenharia de Alimentos pela Universidade de São Paulo (USP), em seu último ano de faculdade teve a oportunidade de fazer um estágio supervisionado na École Montpellier SupAgro, na França, onde foi aprovada para o doutorado em Química, Bioquímica e Tecnologia de Alimentos no Instituto Francês de Pesquisa para Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, ou Institut National de Recherchepour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environment (INRAE).

Atualmente, seu principal foco de pesquisa são os cereais. A aplicação dessas tecnologias de ponta no estudo das proteínas de cereais, permitem, por exemplo, melhor compreender a alergenicidade, principalmente relacionada à doença celíaca. Com a espectrometria de massas é possível caracterizar o conjunto de proteínas e peptídeos que podem desencadear alergia em portadores da doença celíaca. Mariana explica que o estudo de diferentes genótipos de cereais e da aplicação de processamentos como a extrusão termoplástica, permite avaliar o efeito na digestibilidade das proteínas e até mesmo na obtenção de variedades ou de produtos alimentícios – como macarrão e biscoitos – de menor toxicidade para pacientes celíacos. O objetivo da pesquisa, que conta com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é investigar se o processamento do alimento é capaz de diminuir – ou até eliminar – o potencial alergênico do trigo, por meio da reorganização das proteínas.

A Dra. Mariana e sua equipe pesquisam, além do trigo, outros cereais como arroz, sorgo, aveia, cevada e centeio, incluindo o estudo dos metabólitos dessas plantas, principalmente os compostos fenólicos, presentes nas diferentes frações dos cereais, tais como o farelo, a farinha integral ou refinada. A pesquisadora destaca o potencial bioativo do sorgo. Bastante usado para a alimentação animal no Brasil, este cereal é não alergênico e se apresenta como um excelente substituto para o trigo, além de possuir, em média, 10 vezes mais compostos bioativos que os demais cereais. Tais compostos contribuem para reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, como citado anteriormente. Ao valorizar esse cereal para uso na alimentação humana, a pesquisa também contribuirá para a segurança alimentar e nutricional.

Acesse a notícia completa na página da Faperj.

Fonte: Paula Guatimosim, Faperj. Imagem: Pixabay.

 

 

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