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Pesquisa recomenda irrigação sob medida para enfrentar mudanças climáticas

Com as mudanças climáticas e secas cada vez mais severas, a água é essencial para garantir a segurança alimentar mundial

Pixabay

Fonte

FAPERJ

Data

sexta-feira, 28 junho 2019 15:40

Áreas

Agricultura. Agronomia. Ciências Agrárias

Em abril de 1961, o astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar pelo espaço, anunciou ao mundo a cor do planeta que habitamos: “A Terra é Azul”. Com 70% de sua superfície coberta por água, a terra oferece apenas 2,5% dessa imensidão azul sob a forma de água doce, dos quais 1,8% equivalente a gelo nos polos e nos glaciares, indisponível para uso humano. Ou seja, todas as necessidades de água da humanidade e dos ecossistemas terrestres são atendidas por 0,7% restante. Estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que cerca de 1,5 bilhão de pessoas têm dificuldade de acesso à água potável, seja por dificuldades de adução, problemas climáticos, ou pela falta de tecnologia/capital para extrair o recurso de aquíferos subterrâneos. No Oriente Médio há muitos países com escassez crônica de água doce, e neste caso, o processo de dessalinização da água do mar para abastecimento público pode ser uma saída, necessitando, para isso, de alto investimento. Nesse sentido, o apoio de programas internacionais como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é fundamental para a erradicação da pobreza e a redução de desigualdades sociais em vários países, que estão diretamente associadas ao acesso à água.

Por ser primordial e imprescindível à vida, a água é um recurso natural estratégico. Porém, sua distribuição não é igualitária no mundo. Muitas regiões sofrem com problemas de escassez, algo que vem provocando disputas pelo seu acesso ou controle. Ao longo da história, a água foi estopim de diversas guerras. A primeira, estima-se, ocorrida em 2.500 a.C na região da Suméria, às margens do Rio Eufrates, hoje território iraquiano. A invasão do Tibete pela China, em 1950, também é atribuída ao controle das águas das geleiras do Himalaia. Tensões entre Egito e Etiópia se agravaram depois da construção de uma represa num dos afluentes do Rio Nilo, que deverá afetar seu fluxo. Nos Estados Unidos, há 20 anos os estados do Alabama, Flórida e Geórgia, disputam os direitos pelas águas que abastecem essa região ao Sul do país. Com o crescimento populacional e a demanda cada vez maior por alimentos, as tensões vêm aumentando, motivando um número sem precedentes de conflitos entre países, como a Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel invadiu as Colinas de Golã, na Síria, para, entre outros motivos, garantir acesso às nascentes do Rio Jordão, indispensáveis ao abastecimento tanto para os israelenses quanto para a Jordânia.

Com as mudanças climáticas e secas cada vez mais severas, a água é essencial para garantir a segurança alimentar mundial. Sem água não há produção de alimentos e, nesse sentido, a irrigação é uma importante aliada para reduzir os riscos climáticos. Diante dos desafios associados à crescente demanda por água, principalmente pelo setor agrícola, o professor do Instituto de Tecnologia do Departamento de Engenharia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (IT/UFRRJ), engenheiro agrícola Dr. Daniel Fonseca de Carvalho, em parceria com o professor Dr. Leonardo Medici, também da UFRRJ, indicam que o uso de controladores automáticos pode contribuir para o uso racional desse recurso. Porém, ressalva o Dr. Carvalho, não se trata apenas de instalar controladores tipo timers, que ligam e desligam o fornecimento de água às plantas. O objetivo é aplicar água de acordo com a necessidade hídrica da planta, o que pode ser feito com sensores meteorológicos ou que expressam a disponibilidade de água no solo. “A grande vantagem do uso de sistemas automáticos é utilizar água na quantidade certa e sem a necessidade de acionamento manual, facilitando a vida do agricultor”, explica o Dr. Carvalho. De acordo com o engenheiro, seguindo a técnica de manejo com base no monitoramento da tensão de água no solo, o estudo Automatic controller to water plants propõe um acionador automático para irrigação, de baixo custo e fácil construção. Diversas experiências já foram desenvolvidas utilizando o dispositivo, seja em plantas em vaso ou em campo, com substrato ou solo de diferentes texturas, cujos resultados têm demonstrado a praticidade e a robustez do equipamento.

Acesse a notícia completa na página da FAPERJ.

Fonte: Paula Guatimosim, FAPERJ. Imagem: Pixabay.

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