Notícia

O que você precisa saber sobre as dietas sem glúten

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Fonte

Hospital Sírio Libanês

Data

sexta-feira, 17 novembro 2017 16:54

Áreas

Nutrição Clínica. Nutrição Funcional. Saúde Pública

Com a ideia de comer de maneira mais saudável, tem crescido o interesse dos brasileiros pelas dietas sem glúten. De acordo com os organizadores da Gluten Free Brasil, um dos principais eventos nacionais no assunto, nos últimos 15 anos houve um aumento de mais de 400% do mercado sem glúten no País. A estimativa é de que o consumo dos alimentos livres dessa proteína cresça por volta de 30% ao ano.

Glúten são frações proteicas encontradas na família das gramíneas cultivadas, como trigo, centeio, cevada e aveia (esta última por contaminação). Apesar de ser uma tendência alimentar colocada em prática por muitos brasileiros, a dieta sem glúten ainda causa muitas dúvidas e controvérsias quanto a seu benefício.

A nutricionista clínica Marcela Taleb Haddad,  do Hospital Sírio-Libanês, falou sobre o consumo ou não de alimentos sem glúten:

Dietas sem glúten nem sempre levam à perda de peso.A restrição de alimentos que contêm glúten, como pães, pizzas e massas, ajuda a reduzir a ingestão de açúcares e gorduras saturadas, o que por si só apresenta benefícios comprovados no emagrecimento. No entanto, a perda de peso está relacionada à redução da ingestão de calorias e não à exclusão do glúten. Diversas pessoas deixam de consumir essa proteína, mas mantêm uma dieta com muitas calorias e não conseguem perder peso. “Independentemente da ingestão de glúten, a alimentação equilibrada em carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais é que será determinante para o emagrecimento”, ressalta Marcela.

 

Efeitos da exclusão do glúten para indivíduos que não necessitam ainda não são bem conhecidos. Pesquisas feitas pelas universidades de Harvard e Colúmbia, publicadas no início deste ano (2017), observaram uma associação inversa entre o consumo de glúten e o aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Ou seja, o consumo de fontes moderadas de glúten parece não ter efeito no aumento do risco de desenvolvimento destas doenças. Os pesquisadores colocam como uma das hipóteses para isso o fato de que, ao excluírem o consumo do glúten, muitas pessoas deixam de comer farinhas integrais ricas em fibras, importantes para a redução da absorção de gorduras da alimentação, e acabam aumentando o consumo de carboidratos simples, como produtos à base de arroz, por exemplo. Segundo a nutricionista Marcela, no entanto, ainda são necessárias mais pesquisas para avaliar os efeitos da exclusão do glúten para pacientes saudáveis.

Somente um profissional habilitado pode definir a conduta de exclusão ou não do glúten da alimentação.A recomendação indiscriminada para restrição ao consumo de glúten não encontra, atualmente, respaldo na ciência da nutrição e está em desacordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar. A exclusão da dieta de alimentos que contêm essa proteína deve ser feita apenas por pacientes com diagnóstico de sensibilidade ao glúten; ou com doença celíaca — problema autoimune que afeta o intestino e pode causar, entre outros sintomas, dor abdominal e diarreia; ou por pessoas com dermatite herpetiforme — doença também autoimune que provoca bolhas na pele e que parece estar relacionada à ingestão do glúten. Vale lembrar que cada caso deve ser sempre estudado por um profissional capacitado, que avaliará a necessidade de o indivíduo retirar ou não algum grupo alimentar de sua dieta e se isso realmente é justificável.

É possível ter uma alimentação saudável mesmo com intolerância ao glúten. Segundo explica a nutricionista Marcela, para pacientes com alergia ou sensibilidade ao glúten é possível aumentar o teor de fibras da alimentação através da maior ingestão de verduras, legumes e frutas. Com o reforço desses alimentos e o suporte de um profissional da nutrição, é possível obter uma alimentação equilibrada e saudável.

O Hospital Sírio-Libanês oferece cuidado especializado para pacientes com doença celíaca.Em suas unidades de internação, Pronto Atendimento e Centro de Diagnósticos, o Hospital Sírio-Libanês está preparado para oferecer cuidados especiais a pacientes que têm restrição ao glúten. “O preparo das refeições dos pacientes internados com doença celíaca, dermatite herpetiforme e com sensibilidade ao glúten é realizado separadamente e com utensílios diferentes das dietas dos outros pacientes, a fim de se evitarem contaminações cruzadas”, informa a nutricionista Marcela. O Hospital oferece ainda consultas nutricionais individualizadas, propondo aos pacientes planos alimentares com preparações de receitas isentas de glúten, mas adaptadas com nutrientes substitutos e de acordo com os hábitos de vida e rotina de cada um.

Desde 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está obrigando os fabricantes de alimentos a informem nos rótulos de seus produtos a presença de possíveis substâncias alergênicas. Pessoas com qualquer tipo de restrição ao glúten, devem ficar atentas aos rótulos para evitar o consumo desse produto.

Saiba como ler os rótulos dos alimentos e evite também comprar produtos com alto teor calórico e de gordura.

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