Notícia
Maior sedentarismo e piora na alimentação aumentam índice de obesidade no Brasil
Em um momento de quarentena, em que os exercícios físicos ficam limitados e a ansiedade da crise dificulta o controle da alimentação, escapar do sobrepeso é ainda mais difícil
Freepik
Fonte
Jornal da USP
Data
terça-feira, 23 junho 2020 09:50
Áreas
Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública
Um dos fatores de risco da COVID-19, a obesidade cresceu 72% no Brasil entre 2006 e 2019. De acordo com o Vigitel, do sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis do Ministério da Saúde, a porcentagem de brasileiros obesos passou de 11,8%, no início do período, para 20,9% no ano passado. Ou seja, dois a cada dez brasileiros hoje sofrem com esse problema.
E a tendência é que esse número continue crescendo, segundo o Dr. Wolney Lisboa Conde, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP). Podemos atribuir tal fenômeno ao “crescimento dos fatores que impulsionam a obesidade: o sedentarismo está aumentando, a atividade física, sobretudo a voltada para o lazer, não alcança grande parte da população, e a alimentação tem sistematicamente piorado”, aponta o especialista em nutrição.
O dado se torna ainda mais preocupante quando se leva em conta pesquisas realizadas por instituições renomadas como a Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e o Instituto Lille Pasteur, na França, que apontaram que a obesidade é a condição crônica que mais leva pessoas a serem hospitalizadas pelo novo coronavírus. O Dr. Conde explica tal associação: “O aumento do tecido adiposo que ocorre com a obesidade fragiliza funções do organismo, sobrecarrega funções cardíacas e pulmonares, que são os mais atingidos pela COVID-19. Outra associação é o fato de que há maior obesidade em lugares em que os serviços de saúde são menos atuantes, e isso tanto permite que a população tenha uma alimentação não saudável quanto dificulta lidar com a pandemia”.
Em um momento de quarentena, em que os exercícios físicos ficam limitados e a ansiedade da crise dificulta o controle da alimentação, escapar do sobrepeso é ainda mais difícil. Então, o professor Wolney Conde deixa algumas dicas de como manter hábitos saudáveis em meio à pandemia: “Busque alimentos saudáveis, os mais frescos possíveis. Aproveite que está em casa, com a família, coma com seus parceiros, faça dessa alimentação um momento de prazer. E, sobretudo, coma menos: uma vez que as pessoas estão com movimentação restringida, gastando menos energia, elas podem consumir menos, mas sem perder o prazer de compartilhar esse momento com sua família.”
Acesse a notícia completa com a entrevista na página do Jornal da USP.
Fonte: Danilo Moliterno, Jornal da USP. Imagem: Freepik.
Em suas publicações, o Canal Nutrição da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Nutrição tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Nutrição e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Nutrição, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar