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Estudo não encontrou ligação entre leite e o aumento dos níveis de colesterol

Para contabilizar inconsistências no tamanho da amostra, etnia e outros fatores, a equipe conduziu uma meta-análise de dados em até 1,9 milhão de pessoas e usou a abordagem genética

Pexels

Fonte

Universidade de Reading 

Data

segunda-feira, 24 maio 2021 12:00

Áreas

Ciência e Tecnologia de Alimentos . Nutrição Clínica. Nutrição Coletividades. Saúde Pública

Estudo publicado na revista científica International Journal of Obesity analisou três grandes estudos populacionais e descobriu que pessoas que bebiam regularmente  quantidades elevadas de leite tinham níveis mais baixos de colesterol bom e mau, embora seus níveis de IMC fossem superiores aos dos que não bebiam leite. Uma análise mais aprofundada de outros grandes estudos também sugere que aqueles que consumiam leite regularmente tinham um risco 14% menor de doença cardíaca coronária.

A equipe de pesquisadores fez uma abordagem genética para o consumo de leite, observando uma variação no gene da lactase associada à digestão dos açúcares do leite, conhecida como lactose. O estudo identificou que ter a variação genética onde as pessoas podem digerir a lactose era uma boa maneira de identificar as pessoas que consumiam níveis mais elevados de leite.

O professor Dr. Vimal Karani, de Nutrigenética e Nutrigenômica da Universidade de Reading, no Reino Unido, disse:

“Descobrimos que entre os participantes com uma variação genética que associamos com maior ingestão de leite, eles tinham IMC e gordura corporal mais elevados, mas, de maneira importante, tinham níveis mais baixos de colesterol bom e ruim. Também descobrimos que aqueles com variação genética tinham um risco significativamente menor de doença coronariana. Tudo isso sugere que a redução da ingestão de leite pode não ser necessária para prevenir doenças cardiovasculares. ”

A nova pesquisa foi conduzida após vários estudos contraditórios que investigaram anteriormente a ligação causal entre a maior ingestão de laticínios e doenças cardiometabólicas, como obesidade e diabetes. Para contabilizar inconsistências no tamanho da amostra, etnia e outros fatores, a equipe conduziu uma meta-análise de dados em até 1,9 milhão de pessoas e usou a abordagem genética para evitar confusão.

Embora os dados do biobanco do Reino Unido mostrem que aqueles com a variação genética da lactase tinham 11% menos risco de diabetes tipo 2, o estudo não sugeriu que haja qualquer evidência forte de uma ligação entre maior ingestão de leite e maior probabilidade de diabetes ou doenças relacionadas características, como glicose e biomarcadores inflamatórios.

O professor Dr. Karani disse, “O estudo certamente mostra que o consumo de leite não é um problema significativo para o risco de doenças cardiovasculares, embora tenha havido um pequeno aumento no IMC e na gordura corporal entre os consumidores de leite. O que observamos no estudo é que não está claro se é o teor de gordura nos produtos lácteos que está contribuindo para os níveis mais baixos de colesterol ou se é devido a um ‘fator do leite’ desconhecido ”.

A equipe da University of Reading, da University of South Australia, do Southern Australian Health and Medical Research Institute, da University College London e da University of Auckland trabalharam juntas no estudo.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Reading (em inglês).

Fonte: Universidade de Reading. Imagem: Pexels.

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